A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) identificou 71 projetos de reservatórios hidroelétricos que poderiam ser construídos para aumentar em 50,7 gigawatts (GW) médios a capacidade de armazenamento do Brasil. Apesar disso, segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, deve ser feito um debate sobre esses projetos, por causarem impactos socioambientais.
“Se for olhar só a questão ambiental, a resposta é que não se faça nenhum. Mas se for olhar o energético, a resposta é que se faça todos”, disse Tolmasquim ao defender que a discussão pode ser levantada para que se possa chegar a um meio-termo. O presidente da EPE participou na quarta-feira (27) do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).
Dos 71 projetos, 25 concentram 46 GW e o estudo se concentrou em analisar que tipos de impacto eles produzem. A capacidade atual de armazenamento do país é 290 GW médios.
Os projetos estão divididos em quatro grupos: os que impactam uma população de até 1 mil habitantes; os que impactam menos de 2,5 mil cidadãos e unidades de conservação de uso sustentável; os que impactam populações maiores que 2,5 mil moradores em área urbana; e os que impactam unidades de conservação integral, terras indígenas e comunidades quilombolas.
“Ninguém está propondo que sejam construídos todos. Tem que haver uma discussão”, reforçou.
Segundo Tolmasquim, não foram cogitados projetos na Região Norte porque áreas mais planas sofrem impactos maiores com a construção de reservatórios. O ministro afirmou que a opção por não construir nenhum dos reservatórios implica ficar mais dependente de usinas térmicas. (Fonte: Agência Brasil)