Sete filhotes de uma jiboia albina rara, desaparecida há dois anos, foram transferidos dos Estados Unidos para o Distrito Federal. Os animais chegaram ao Zoológico de Brasília no início do mês e estão em quarentena, mas devem ser expostas ao público assim que receberem alta da equipe de veterinários.
A “família” é formada por seis fêmeas e um macho. Segundo os biólogos do zoológico, os animais têm cerca de 2 anos de idade e estão em fase de adaptação ao novo ambiente. O processo deve durar cerca de 30 dias. Técnicos do Ibama foram até Utah, estado no oeste dos Estados Unidos, para recolher as cobras, que foram trazidas em compartimentos individuais.
As serpentes foram repatriadas graças a um tratado de cooperação jurídica internacional firmado entre Brasil e Estados Unidos. A cobra-mãe, de nome Princesa Diamante, teria sido contrabandeada para os Estados Unidos em 2009, mas está sumida desde 2013. O processo sobre o contrabando ainda tramita na Justiça americana.
“Na verdade, eles [os filhotes] pertencem à fauna silvestre nacional e são integrantes naturais do Estado brasileiro. Por essa razão, os Estados Unidos estariam obrigados em função do tratado de cooperação a devolver o animal matriz, que desapareceu ou está morto, e seus descendentes ao Estado brasileiro”, diz trecho de documento do Ministério Público.
Cobra de US$ 1 milhão – O Fantástico contou a história da “Princesa Diamante” em 2013, ano do desaparecimento. Na época, a jiboia era a única do mundo a apresentar uma mutação genética rara, chamada leucismo. Como resultado, ela tinha o corpo todo branco e os olhos pretos – diferentes do albinismo comum.
A cobra foi encontrada em uma mata do Rio de Janeiro, em 2006, e levada para o Zoológico de Niterói, que nunca expôs o animal ao público. Um funcionário do zoo afirmou à TV Globo em 2013 que a serpente desapareceu entre 2007 e 2009.
Em 2010, um exemplar idêntico apareceu nas mãos do americano Jeremy Stone. Segundo investigação do Ministério Público Federal, a cobra foi contrabandeada pela gestora do Zoo de Niterói, Giselda Candiotto, pela fronteira do Brasil com a Guiana. O valor da transação foi estimado em US$ 1 milhão.
Em 2013, o Ministério Público Federal em Roraima ofereceu denúncia contra Giselda, o marido dela, José Carlos Schirmer, Jeremy Stone e a irmã dele, Keri Ann Stone, pelo suposto contrabando. Os dois brasileiros foram presos por prática de crime ambiental. (Fonte: G1)