A falta de alimentos e reservas de água devido ao aquecimento global pode causar migração populacional significativa, desorganizar os países e favorecer o terrorismo, em particular no Oriente Médio e na África – alertam especialistas internacionais.
Um relatório intitulado “Alterações climáticas, uma avaliação dos riscos”, traz previsões de cientistas, analistas políticos, especialistas em risco financeiro e militares de um cenário sombrio para o futuro da humanidade caso ocorra este aumento de temperatura global.
Com o aumento do nível dos mares, a superfície das regiões agrícolas e habitáveis se reduzirão, o que favoreceria os conflitos, em especial em regiões já instáveis como o Oriente Médio e a África.
Com o aquecimento global de uma média de 0,8 graus Celsius desde a Revolução Industrial, o planeta já enfrenta “problemas importantes”, ressaltou o informe.
“Uma maior mudança do clima deverá causar enormes riscos para a segurança nacional e internacional”, uma vez que o esgotamento de água potável e das terras aráveis se tornará “uma fonte de conflito”.
O problema atual dos refugiados na Europa parecerá algo insignificante diante dos enormes movimentos de populações provocados pelos desastres climáticos que virão, segundo os especialistas. “Em algumas regiões, as migrações poderiam se tornar mais uma necessidade do que uma escolha, e poderiam ocorrer numa escala nunca antes vista”, alerta o relatório.
Estas situações desestabilizariam países que atualmente parecem sólidos, em particular no Oriente Médio e no norte de África.
O crescimento da população na África Subsaariana, a região mais afetada pelos problemas alimentares mundiais, verá isso se exacerbar.
As alterações climáticas terão uma pressão desestabilizadora em vários países e regiões ao mesmo tempo, irá reduzir a capacidade de intervenção do governo e deixará territórios inteiros sem administração.
Este vácuo de poder irá incentivar o surgimento de grupos terroristas, que não terão grandes problemas para recrutar membros entre populações marginalizadas e empobrecidas – ressaltou este relatório escrito por mais de quarenta especialistas, e que visa ajudar os governos na tomada de decisões sobre o clima. (Fonte: UOL)