O Brasil reduziu suas emissões de dióxido de carbono e se manteve relativamente estável nos últimos anos de modo a atingir a meta oficial definida para 2020, avaliou um estudo divulgado na terça-feira (11). No entanto, a tendência projetada a partir de dados de 2010 alerta para um aumento nas emissões de gases, segundo o estudo Análises das emissões de gás de efeito estufa no Brasil (1970-2013), realizado pelo Observatório do Clima, entidade que reúne trinta organizações do setor.
“A partir de 2004-2005, houve uma queda significativa das emissões, sobretudo pela queda do desmatamento. Agora estamos em um momento de estabilidade, embora certamente curioso porque projetamos uma tendência de aumento”, afirmou Tasso Rezende de Azevedo, coordenador técnico do Sistema de Estimativas de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, ao apresentar o estudo em São Paulo.
“Será que já deixamos para trás nossos níveis mais baixos de emissão?”, se perguntou Rezende de Azevedo.
O Brasil reduziu suas emissões de 1,83 bilhão de toneladas para 1,558 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente entre 1990 e 2013, segundo o estudo, uma redução impulsionada principalmente pela forte queda do desmatamento na Amazônia.
Mas a queda do desmatamento se estancou atualmente e inclusive aumentou de novo, o que poderia elevar a emissão de gases nocivos, alertou Rezende.
Para sustentar esta projeção o Observatório afirma que todos os setores que emitem gases de efeito estufa além do desmatamento (resíduos, processos industriais, agropecuário e energia) mostram curvas ascendentes desde 1990 e seguiram esta trajetória constante até 2020.
“Não podemos nos conformar. Uma coisa é chegar à meta baixando e outra subindo”, sustenta Rezende, que defende uma redução de emissões não só vinculada à queda do desmatamento, mas também por modificações nas outras atividades.
A meta de emissões estabelecida no Brasil para 2020 é de 2,067 bilhões de toneladas. (Fonte: UOL)