Pesquisadores detentores da patente da fosfoetanolamina sintética se reuniram nesta quinta-feira (1º), em Araraquara (SP), com o senador Ivo Cassol (PP-RO) e os deputados estaduais Roberto Massafera (PSDB-SP) e Rodrigo Moraes (PSC-SP) para discutir a apresentação da substância em uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Pacientes com câncer entraram na Justiça para usar as cápsulas no tratamento da doença, mas o presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, suspendeu 368 liminares para entrega.
“A discussão hoje é política, para saber até que ponto o governo federal está disposto a investir no problema, que é como disponibilizar a fosfoetanolamina para pessoas que sofrem de câncer”, explicou Gilberto Chierice, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador dos estudos com o composto.
No encontro, os pesquisadores apresentaram as teses e dissertações que abordaram a fosfoetanolamina (fosfoamina), compartilharam relatos de casos em que a substância melhorou o quadro de pacientes com câncer e explicaram os passos necessários para a conclusão dos estudos e o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Também abordaram a decisão do TJ de São Paulo de suspender as liminares que concediam o fornecimento do composto. “Vou pedir ao presidente do TJ que reveja essas liminares, que tenha sensibilidade diante desses depoimentos”, disse Moraes.
“Precisamos envolver todas as autoridades, o governo federal, porque não é justo, em um momento em que discutem o retorno da CPMF, gastar milhões com tratamentos sabendo que há outras opções. Quero que o Brasil saiba que podemos ter a descoberta da cura do câncer”, afirmou Cassol, que soube dos estudos com a substância por intermédio de seu cabeleireiro, que lhe entregou um pendrive com a matéria divulgada em 24 de agosto pelo G1 e pela EPTV.
“A parte mais difícil foi feita pelos pesquisadores. Por que não colocar em prática?”, questionou o senador. De acordo com ele, a audiência em Brasília deve ocorrer nos próximos 20 dias e, segundo Moraes, a discussão com o presidente do TJ está marcada para a próxima semana.
Substância – Desenvolvida por pesquisadores da USP, a fosfoetanolamina (ou fosfoamina) sintética foi entregue gratuitamente por anos, mas, em 2014, uma portaria do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) determinou que as substâncias experimentais deveriam ter todos os registros necessários antes que fossem disponibilizadas à população. Com isso, as cápsulas, que não têm a licença da Anvisa, passaram a ser distribuídas somente mediante decisão judicial. (Fonte: G1)