Os órgãos de produção, sociedade agrícola, sindicatos e lideranças rurais dos municípios da região do Vale do Juruá discutem, desde a semana passada, formas de combate à praga do mandarová – lagarta de coloração variável, que ataca as folhas da mandioca – e os roçados de macaxeira no Juruá.
A última grande praga registrada na região foi em 2010 e, desde então, tem sido registrado pequenos ataques da praga na região, sempre entre o fim do período de verão e o período invernoso.
Com o constante risco da produção ser comprometida devido à praga, técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal no Acre (Idaf-AC) iniciaram um trabalho de informação aos produtores de combate.
O assistente técnico Davi Alemão fez uma visita na semana passada a um roçado de um produtor dentro do Rio Valparaíso, em Cruzeiro do Sul, e encontrou a área totalmente destruída pela praga.
“A roça estava em fase adulta, a lavoura deve ser aproveitada para tentar fazer alguma coisa. Em outros dois roçados novos orientei que façam armadilhas no aceiro [barra de aço] do roçado para capturar as mariposas. Isso deve ser feito entre às 18h e às 19h, pois com a luz das fogueiras elas são atraídas e acabam se queimando e morrendo”, explicou.
O diretor-presidente do Idaf, Mamede Dankar, ressaltou que as medidas apresentadas são uma forma de evitar que a praga se alastre e cause prejuízos rurais.
“Estamos passando informações de como combater ainda no início. Estamos nos antecipando e orientando os produtores. Vamos identificar as áreas onde ainda está na fase inicial, repicar o inseticida natural [Baculovíru] e depois da lagarta infectada, vamos fazer mais inseticida e repassar aos produtores para ser feito o combate”, destacou.
Em 2010 – quando houve o último grande ataque da praga na região – com a destruição dos macaxerais, a saca de farinha chegou a custar até R$ 250. O presidente da cooperativa, Raimundo Aquino, de 79 anos, diz que ainda lembra do último prejuízo devido à mandarová.
“Quando a praga ataca é prejuízo total, o agricultor perde tudo. Essa reunião é muito positiva, pois mostra a união das forças do setor produtivo para evitar que a praga se alastre e cause prejuízos ao nosso homem do campo”, disse. (Fonte: G1)