Mudança climática ampliou eventos climáticos extremos em 2014

As atividades humanas que contribuem para o aquecimento global, tais como as emissões de gases de efeito estufa amplificados um grande número de eventos climáticos extremos em 2014 – concluiu um relatório apresentado nesta quinta-feira (5) pela Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Os cientistas que analisaram 28 desses fenômenos no mundo no ano passado, em especial, citam os ciclones no Pacífico central, a seca na África Oriental, as ondas de calor na Austrália, na Ásia e na América do Sul, ou ainda as inundações nas Cevennes, no sul da França.

Mas eles não encontraram nenhuma influência do aquecimento global para oito desses “eventos climáticos”, como as fortes tempestades de neve durante o inverno de 2013-14 na América do Norte que resultaram principalmente da variação natural do clima.

Um dos estudos contidos no presente relatório também constata que “o papel da mudança climática não está claro na seca do Oriente Médio em 2014”.

Este é o quarto ano que a NOAA apresenta este relatório produzido por 32 grupos de cientistas em todo o mundo que analisaram o papel dos diferentes fatores que conduziram à formação destes fenômenos meteorológicos, incluindo o grau de variabilidade natural do clima e o papel da mudança climática induzida pelas atividades humanas.

“Para cada um dos últimos quatro anos, este relatório demonstrou que estes eventos climáticos, tais como ondas de calor extremas, estão muitas vezes ligados a um aumento dos gases de efeito estufa provenientes de atividades humanas. Mas outros fenômenos como algumas chuvas, estão, provavelmente, menos relacionados a essas atividades”, explicou Thomas Karl, diretor do centro nacional de informações sobre o ambiente da NOAA.

Este ano, o relatório acrescentou análises de novos tipos de fenômenos, como incêndios florestais e o aumento da superfície de gelo no Oceano Antártico, assim como o uso do solo pode influenciar no impacto e na gravidade das precipitações.

Eles concluíram que, geralmente, a mudança climática induzida pelos seres humanos tem aumentado a probabilidade de incêndios florestais na Califórnia, sem estabelecer uma relação específica com os fogos em 2014.

“Compreender a nossa influência sobre os fenômenos climáticos devastadores e contribuir para os avanços da ciência vai nos ajudar a nos adaptarmos às mudanças climáticas”, disse Stephanie Herring, cientista da NOAA que editou o relatório. Ele reconhece, contudo, que nesta fase a ciência encontra-se “dividida”.

O documento, intitulado “Explicação de eventos climáticos extremos em 2014 na perspectiva climática”, é publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. (Fonte: UOL)