Um foguete Soyuz 2.1a com a missão de colocar em órbita três satélites científicos partiu na manhã desta quinta-feira (28) do cosmódromo de Vostochni, inaugurando a nova base de lançamentos espaciais da Rússia.
“O lançamento do foguete foi um sucesso” e ocorreu na hora prevista, às 11h01 local (23h01 de quarta, 27, em Brasília), informou a agência espacial russa Roskosmos. “Os três satélites já estão em órbita”.
As TVs russas difundiram imagens do foguete subindo em um céu azul.
Uma primeira tentativa de lançamento, na véspera, foi cancelada na última hora.
Vostochni, considerado um dos maiores projetos recentes do país, a um custo estimado em entre 4 e 5,3 bilhões de euros, foi construído no local da antiga base de mísseis soviéticos Svobodny-18.
As obras começaram em 2012 na vasta região pouco povoada. Cerca de 10.000 trabalhadores construíram 100 km de estradas, mais 100 km de ferrovias e uma cidade com capacidade para 25.0000 habitantes.
A principal vantagem do Vostochni é que se encontra na Rússia, o que permite a Moscou tornar-se independente do cosmódromo de Baikonur, alugado do Cazaquistão por US$ 115 milhões anuais desde a queda da União Soviética.
O sítio de Vostochni está mais perto da linha do Equador do que a base russa instalada em Plessetsk, no norte do país, o que facilita a colocação em órbita em relação a esta plataforma.
No entanto, o novo cosmódromo está além dos 51º de latitude norte, o que penalizará a capacidade de carga útil que se pode colocar em órbita com relação a Baikonur.
Com uma superfície total de 1.000 km², a nova base abriga, inicialmente, uma única plataforma de lançamento, destinada a foguetes Soyuz, o único atualmente utilizado para transportar humanos para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Em 2017, começará uma segunda fase de obras para construir uma nova plataforma de lançamento especialmente reforçada para o futuro lançador pesado Angara, que deve substituir o foguete Proton, considerado muito poluente e que sofreu vários incidentes nos últimos anos.
De qualquer modo, os primeiros voos de teste com foguetes Angara não vão acontecer antes de 2021, segundo a agência espacial russa. (Fonte: G1)