Autoridades tailandesas invadiram um famoso templo budista, conhecido como um santuário da vida selvagem, nesta segunda-feira (30), e confiscaram três tigres da propriedade. A apreensão foi em resposta à repercussão mundial sobre o tráfico e exploração de animais selvagens. Mais animais poderão ser retirados nos próximos dias.
O Templo do Tigre, na província de Kanchanaburi oeste de Bangkok, tem mais de 100 tigres e tornou-se um destino turístico onde os visitantes tiraram fotografias com os animais e alimentam seus filhotes.
O templo promove-se como um santuário de vida selvagem, mas nos últimos anos tem sido investigado por ligações suspeitas com o tráfico de animais selvagens e abuso animal.
Ativistas acusaram monges do templo de reproduzirem ilegalmente e doparem os animais. O templo nega as acusações.
A apreensão desta segunda-feira foi o último movimento das autoridades em um cabo-de-guerra que dura desde 2001 para trazer os tigres para o controle estatal.
Adisorn Nuchdamrong, vice-diretor-geral do Departamento de Parques Nacionais, disse que a equipe tinha sido capaz de confiscar os tigres graças a um mandado obtido algumas horas antes da operação.
“Temos um mandado judicial desta vez, ao contrário de vezes anteriores, quando pedimos apenas para a cooperação do templo, que não funcionou”, disse Adisorn à Reuters.
“A pressão internacional contra o tráfico ilegal de animais silvestres também é parte dos motivos pelos quais estamos agindo agora.”
Funcionários do Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação das Plantas disseram que pretendiam confiscar e remover mais tigres do templo na terça-feira e enviá-los para um santuário de propriedade estatal.
As tentativas anteriores para inspecionar os tigres tinham sido negadas pelo templo. No entanto, entre janeiro e fevereiro deste ano, oficiais já haviam removido dez tigres.
Tailândia tem sido um centro para o tráfico de animais selvagens e de produtos florestais, incluindo o marfim. Pássaros exóticos, mamíferos e répteis, alguns deles espécies ameaçadas de extinção muitas vezes podem ser encontrados à venda nos mercados.
O governo introduziu novas leis de proteção dos animais em 2015 destinado a limitar o abuso de animais, mas ativistas acusam as autoridades de não aplicar a legislação adequada. (Fonte: G1)