Corais da Grande Barreira morrem devido à descoloração, diz pesquisa

A descoloração causou a morte ou deixou a ponto disso 35% dos corais das regiões norte e centro da Grande Barreira na Austrália, o maior sistema de coral do mundo, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (30).

Especialistas do Centro de Excelência de Estudos de Recifes Coralinos analisaram por via aérea e submarina o impacto da descoloração neste ecossistema que se estende ao longo de 2.300 quilômetros em frente ao litoral nordeste da Austrália.

Os resultados indicaram que a parte mais afetada fica em frente ao litoral de Townsville e Papua Nova Guiné, enquanto na porção situada ao sul de Cairns, a média de mortalidade é de 5%.

“Felizmente nossos estudos submarinos revelam que mais de 95% de recifes de corais ao sul de Cairns sobreviveram e esperamos que estes corais medianamente descolorados possam recuperar sua cor nos próximos meses”, disse Mia Hoogenboom, da Universidade James Cook em comunicado.

Os pesquisadores também descobriram que em Kimberley, ao norte de Cairns, 80% do coral foi severamente afetado pela perda de cor e pelo menos 1% morreu.

O diretor do centro de estudos de recifes, Terry Hughes, indicou que “é a terceira vez em 18 anos que a Grande Barreira experimenta uma descoloração em massa devido ao aquecimento global e o desta vez é mais extremo que os que medimos antes”.

Hughes, da Universidade James Cook, explicou que os três eventos de descoloração de corais ocorrido nos últimos 18 anos coincidem com a elevação da temperatura em um grau centígrado acima da registrada no período pré-industrial.

Os corais mantêm uma relação simbiótica especial com algumas algas microscópicas chamadas zooxanthallae, que proporcionam a seus anfitriões o oxigênio e uma porção dos compostos orgânicos que produzem através da fotossíntese.

Quando são submetidos a estresse ambiental, muitos corais expulsam em massa seus zooxanthallae, e seus pólipos ficam sem pigmentação e aparecem quase transparentes, em um fenômeno conhecido como descoloração.

A saúde da Grande Barreira, que abriga 400 tipos de coral, 1.500 espécies de peixes e 4.000 variedades de moluscos, começou a se deteriorar na década de 1990 pelo duplo impacto do aquecimento da água do mar e o aumento de sua acidez pela maior presença de dióxido de carbono na atmosfera. (Fonte: G1)