Desaparecimento do gelo ártico alterará o clima no hemisfério Norte

O desaparecimento do gelo marinho no oceano Ártico alterará os padrões meteorológicos em latitudes médias do hemisfério norte, segundo um relatório elaborado pela Universidade de Exeter (Reino Unido) para Greenpeace Espanha.

O estudo “O que acontece no Ártico, não fica no Ártico” recopila a literatura científica existente sobre os efeitos do degelo ártico no clima planetário, e conclui que serão especialmente notáveis em latitudes médias do hemisfério norte.

As mudanças de padrões previstas pelos cientistas se manifestarão em oscilações notáveis na trajetória das tempestades e correntes de ar do hemisfério norte (fluxo de ar, que regula o clima nesta latitude).

Segundo o relatório proporcionado à Agência Efe, esta influência se produzirá “de maneira geograficamente desigual”, por isso que os verões poderão ser secos e quentes em algumas zonas e, no entanto, ter um efeito contrário em outras, onde os verões seriam mais úmidos.

Os cientistas advertiram que o bloqueio das ondas planetárias atmosféricas causado pela mudança climática está dando lugar ao que chamam “padrões climáticos presos”, que causam um clima persistente em um lugar determinado, como por exemplo podem fazer uma tempestade perdurar mais do que o normal no mesmo lugar.

“Não parece restar nenhuma dúvida de que o aquecimento na região do Ártico é um importante fator que afeta os padrões meteorológicos de latitudes médias”, ressaltou Sara del Río, porta-voz de Pesquisa do Greenpeace.

Embora os cientistas estejam tratando agora de compreender melhor a influência nos processos atmosféricos complexos dos pólos, “em virtude do princípio de precaução é extremamente urgente tomar medidas para proteger o Ártico e combater a mudança climática”, acrescenta.

Nessa linha, o Greenpeace considera imprescindível que na próxima reunião da comissão OSPAR -que rege a cooperação internacional para a proteção do meio marinho no Atlântico Norte- seja aprovada a criação de uma área protegida da mesma extensão que o Reino Unido nas águas internacionais do Ártico sobre as que tem concorrência.

A decisão deve ser tomada na reunião de Ospar que acontecerá entre 20 e 24 de junho em Tenerife (arquipélago atlântico), depois que o comitê científico que guia a ação desta comissão tenha dito que há suficientes evidências do alto valor ecológico nesta região.

O Greenpeace lembrou que o Ártico se aquece o dobro do que a média do resto do planeta, e encoraja os cidadãos a enviarem suas razões para salvar este ecossistema através do site www.voicesforthearctic.org. (Fonte: G1)