O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) anunciou nesta quarta-feira (13) que comprou na Austrália uma licença de pesca comercial de tubarões, por US$ 100 mil, para proteger a vida marinha na Grande Barreira de Coral, no nordeste australiano.
A licença dá direito a uma rede de pesca de 1,2 km, que a ONG vai tirar da água. De acordo com um comunicado oficial, a iniciativa vai salvar 10 mil tubarões por ano.
A diretora de Conservação da WWF Austrália, Gilly Llewellyn, declarou à emissora local “ABC” que os tubarões martelos (Sphyrna mokarran) “estão sendo atingidos”.
Segundo ela, proteger predadores, como tubarões, é particularmente importante depois do evento de branqueamento sem precedentes que devastou a Grande Barreira de Corais este ano. Um estudo 2013 mostrou que a remoção de tubarões de recifes de coral destruiu o ecossistema, tornando mais difícil para os recifes de recuperar.
A iniciativa “também prevenirá que os dugongos (Sirenia), tartarugas e golfinhos morram nas capturas e ajudará aos recifes a se recuperarem perante o pior episódio de braqueamento de corais de sua história”, acrescentou a ativista.
A caça comercial de tubarões na Grande Barreira cresceu de 222 toneladas em 2014 a 402 toneladas em 2015, o que representa a captura de cerca de 100 mil exemplares, segundo dados oficiais.
Llewellyn reivindicou medidas urgentes ao governo do primeiro-ministro Malcolm Turnbull, ganhador das eleições australianas de 2 de julho.
A UICN, criada em 1948 por estados soberanos, agências governamentais e grupos civis, inclui o tubarão martelo em sua lista de espécies em perigo de extinção.
Dois estudos científicos publicados neste ano denunciaram um branqueamento extraordinário do coral da Grande Barreira em grande parte por culpa da atividade humana.
O publicado pela Universidade James Cook em abril informou que 93% do coral da Grande Barreira, que se estende ao longo de 2,3 mil quilômetros ao longo da costa, sofria com o branqueamento.
Outro publicado no mês seguinte, do Centro de Excelência de Estudos de Recifes Coralinos, indicou que o branqueamento causou a morte 35% do coral das zonas norte e centro da Grande Barreira. (Fonte: G1)