As temperaturas médias no mundo bateram outro recorde no primeiro semestre do ano, o que antecipa que 2016 pode se tornar o ano mais quente desde que medições são feitas, declarou nesta quinta-feira (21) a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Neste período, o degelo no Ártico aconteceu mais cedo e de forma mais acelerada, um indicador irrefutável do ritmo em que avança a mudança climática.
A OMM, que atua como um braço científico das Nações Unidas e é a autoridade mundial em questões de clima, revelou que os níveis de dióxido de carbono – a maior causadora da mudança climática – também quebraram recordes entre janeiro e junho.
A temperatura média do primeiro semestre deste ano ficou 1,3 grau centígrado acima da média da era pré-industrial, no final do século XIX.
Em junho passado foi o 14º mês consecutivo mais quente tanto na superfície terrestre como nos oceanos e o 38º mês consecutivo no qual as temperaturas estiveram acima da média do século XX.
A última vez em que as temperaturas no mundo estiveram abaixo dessa média foi em dezembro de 1984.
“Outro mês, outro recorde, e assim outro e outro. A tendência à mudança climática está alcançando novas escalas, intensificadas pelo forte fenômeno de El Niño entre 2015 e 2016”, explicou o secretário-geral da organização, Petteri Taalas.
Embora El Niño tenha desaparecido, a mudança climática causada pelos gases do efeito estufa que contêm o calor não diminuiu no absoluto, explicou em entrevista coletiva o diretor de Pesquisa Climática da OMM, David Carlson.
A consequência é que o mundo vai enfrentar mais ondas de calor, chuvas muito intensas e ciclones tropicais de maior impacto, segundo os especialistas.
Enquanto isso, as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera superaram este ano a barreira simbólica de 400 partes por milhão e a tendência é em alta.
No Ártico, o calor levou o degelo anual a acontecer de forma antecipada.
Atualmente, a extensão do mar Ártico em pleno verão cobre 40% do que costumava cobrir na década de 1970 e começo dos 80.
A OMM também observou que as chuvas variaram de maneira significativa ao redor do mundo.
Enquanto isso, a temporada foi muito seca na Espanha, no norte da Colômbia, no nordeste do Brasil, no Chile, no sul da Argentina e em várias partes da Rússia, e foram registradas condições mais úmidas do que o normal no norte da Argentina, no norte e no centro da Europa, na Austrália e em várias regiões de Ásia Central e do sul. (Fonte: Terra)