O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, abriu na sexta-feira (28/10) uma nova etapa na história do Parque Nacional do Pau Brasil. Localizada em Porto Seguro (BA), a unidade de conservação criada em 1999 para proteger espécies da Mata Atlântica abre as portas para o lazer e o turismo no berço do Brasil. Até agora, o acesso era restrito para grupos de estudo.
“Momentos como este reforçam a posição do País como liderança global em questões ambientais, responsável por uma das mais importantes políticas de conservação em áreas protegidas do Planeta, reconhecida como referência internacional”, afirmou o ministro, em Porto Seguro. “Além disso, ajudam-nos a cumprir nossos compromissos com importantes instrumentos internacionais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica e o Acordo de Paris”, completou.
Sarney Filho defendeu a criação e a consolidação das unidades de conservação como prioritárias para a pasta ambiental. “Com aprofundamento técnico, transparência e participação social”, detalhou o ministro. Ele também reforçou a importância do trabalho conjunto com as comunidades da região e parceiros que viabilizaram a nova estrutura do parque, como a Conservação Internacional (CI-Brasil), que anunciou durante a cerimônia o aporte de 2,1 milhões de dólares para beneficiar sete unidades de conservação do sul da Bahia.
Parceiras – O planejamento das atividades de turismo e lazer foi executado ao longo de 17 meses por meio do Projeto de Fortalecimento do Parque Nacional do Pau Brasil, realizado em parceria com a CI-Brasil. Também foram parceiros a Prefeitura de Porto Seguro, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Rio do Brasil, vizinha ao parque; e a Associação Despertar Trancoso (ADT), que desenvolve o projeto Vizinhos do Parque, com foco em duas comunidades do entorno do parque (Coqueiro Alto e Sapirara).
O parque é gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério. “Proteger e criar espaços como este parque é uma grande conquista e uma grande alegria”, afirmou o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski. Ele destacou, também, o diferencial do parque por estar localizado em área não urbana.
Fábio Faroco, diretor da unidade de conservação, afirmou que “este parque pode não ser o maior nem o mais bonito, mas é muito importante, pois foi onde tudo começou”, referindo-se à região do Descobrimento do Brasil.
Homenagem – O Centro de Visitantes do local recebe o nome de Rômulo Mello, presidente do ICMBio morto no início de outubro, aos 58 anos, em decorrência de um enfarto. “Nos poucos meses que passamos nessa nova gestão, ele foi fundamental, com seu espírito colaborador e sua liderança. Perdemos um amigo sincero”, lamentou Sarney Filho.
Designado para assumir o Instituto, Soavinski também homenageou o ex-presidente do ICMBio. “Rômulo deixará muitas saudades como amigo, como profissional e como liderança. O desafio de substituí-lo é muito grande”, afirmou.
O Centro de Visitantes abriga uma exposição sobre a história do parque, o encontro de civilizações que ocorreu na região, as comunidades locais e a riqueza da biodiversidade na costa do Descobrimento.
Espécies protegidas – A unidade de conservação possui 19 mil hectares e protege espécies ameaçadas de extinção como o sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala), o pica-pau-de-coleira-do-sudeste (Celeus torquatus tinnunculus), a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma concolor greeni), entre outras espécies da fauna e da flora brasileiras.
Na região, os visitantes encontrarão cachoeira, trilhas abertas e sinalizadas (algumas com acessibilidade para pessoas com dificuldades de locomoção), mirantes de observação para apreciar as paisagens naturais, mais de 40 km de estradas para a prática de ciclismo, além de terem a oportunidade de conhecer árvores de até 600 anos de idade e o berçário de árvores pau-brasil.
Para conhecer a unidade de conservação, o agendamento pode ser feito por meio do e-mail parnadopaubrasil@gmail.com, ou ainda, por meio das operadoras de turismo, de segunda a sexta, das 8h30 às 16h. Devido aos cuidados com a preservação do local, é importante ressaltar que o transporte na região só será possível com veículos 4×4. (Fonte: MMA)