Caça ilegal de elefantes custa ao turismo da África US$ 25 milhões

O fim dos assassinatos de elefantes pelas suas presas poderia acrescentar cerca de US$ 25 milhões à renda anual de turismo da África, mais do que compensando os gastos do combate à caça ilegal, disse um estudo nesta terça-feira (1º).

Embora o valor pareça baixo em comparação com o valor estimado do comércio de marfim no mercado negro na China, ele representa cerca de um quinto da renda do turismo de parques de caça em 14 países, onde a metade dos elefantes africanos estão localizados, disse o estudo, publicado na revista científica Nature Communications.

“Descobrimos que os benefícios econômicos perdidos que os elefantes poderiam oferecer aos países africanos através do turismo são substanciais, e que esses benefícios excedem os custos necessários para deter os declínios de elefantes na África Oriental, Austral e Ocidental”, afirmaram os autores.

A conservação dos elefantes, concluíram, “é uma sábia decisão de investimento para os países das regiões de savana da África”.

O valor estimado do comércio do marfim é de quase US$ 600 milhões por ano, o que mostra as “dificuldades econômicas da conservação dos elefantes”, reconheceram os autores.

A população de elefantes da África foi reduzida em cerca de 30% no período de 2007 a 2014, disse o estudo.

As presas dos animais são usadas em esculturas de marfim, cuja posse denota riqueza e sucesso em partes da Ásia.

A equipe de pesquisadores usou os dados disponíveis sobre o comportamento de turistas e a densidade de elefantes para o estudo, que eles afirmam ser o primeiro a quantificar os “benefícios econômicos perdidos” com a caça furtiva.

Eles descobriram que os turistas são mais propensos a visitar parques com muitos elefantes, e calcularam que cada animal extra aumentava as visitas em 371%.

Na África Central florestada, porém, onde é mais difícil observar os elefantes e o seu número está menos ligado à receita com o turismo, os gastos com a conservação não compensariam os gastos contra a caça ilegal na mesma medida. (Fonte: G1)