Acre movimenta R$ 50 mil em menos de 3 meses com observação de aves

O Acre recebeu mais de 20 observadores de aves entre os meses de agosto e outubro deste ano, gerando uma receita de aproximadamente R$ 50 mil para a economia do estado. As informações foram passadas pelo biólogo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Ricardo Plácido, que diz que, apesar do estado ser rota dos observadores desde 2009, a atividade teve maior procura em 2016, principalmente durante um encontro em agosto.

São pelo menos 720 espécies em todo o estado e, na capital, mais da metade pode ser encontrada, sendo que de 20 a 30 são consideradas mais raras e só ocorrem no Acre.

A região do Ramal Noca, na Estrada Transacrena, APA Igarapé São Francisco, Reserva Experimental Catuaba, Parque Zoobotânico e a Floresta Humaitá, sendo os três últimos da Universidade Federal do Acre, são os pontos já identificados pelos observadores no Acre.

Praticantes de birdwatching (como é conhecida a observação de aves) podem se surpreender com a diversidade de animais. Entre as espécies que mais atraem os observadores para a região do Acre, estão pica-pau-lindo e ferreirinho-da-cara-branca, que podem ser vistos em liberdade, se alimentando e cantando.

“Os observadores fazem uma coleção de registros e fotografam o maior número de espécies possíveis e o Acre, podemos dizer que é a última fronteira que está sendo desbravadas. Temos muitas espécies endêmicas, que só ocorrem para essa região e isso chama atenção desse público. Tem vindo bastante observador e a gente espera que essa prática seja ainda mais fortalecida”, diz o biólogo.

Plácido explica que está fazendo um trabalho de mapeamento de roteiros, onde é possível realizar a atividade de observação de aves no Acre. “Iniciei esse trabalho pela Sema, como biólogo, fotógrafo e observador de aves, para estruturar melhor a cadeia logística dessa atividade, que não deixa de ser uma espécie de turismo que tem atraído muitas pessoas para o estado”, afirma.

Concentração, silêncio absoluto e paciência são obrigatórios para os praticantes que querem ter êxito no hobby. Há quem aguarde mais de duas horas, imóvel, apenas para ter a chance de olhar uma ave rara. Além disso, o biólogo afirma que a vestimenta é outro fator que deve ser levado em consideração.

“A roupa precisa ser protegida, porque é um ambiente de mata, então tem que ser calça, camisa e geralmente é camuflado, para não chamar muita atenção. O brasileiro em si, prefere fotografar ao invés de só observar com binóculos, mas é essencial levar binóculo, câmera fotográfica para a atividade”, explica o biólogo.

Para atrair as aves, o biólogo que também é guia dos praticantes de observação de aves que buscam o Acre, grava o som da vocalização do animal e o reproduz em seguida. Assim, o pássaro ao ouvir a gravação do canto pensa que há outro de sua espécie na região e se aproxima do praticante de birdwatching.

Avistar Acre – Amantes de ornitologia, ramo da biologia que estuda os pássaros, de todo o país se reuniram em Rio Branco para observar as aves típicas da fauna amazônica. O grupo participou da 13ª Edição do Encontro Nacional dos Observadores de Aves, que ocorreu entre os dias 5 e 7 de agosto no Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Mais de oitenta pessoas participam do encontro que tem na programação palestras, oficina e mesas-redondas, além claro, da prática de observação. (Fonte: G1)