O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, solicitou nesta terça-feira (15) aos países que eliminem todo tipo de ajudas e subsídios aos combustíveis fósseis para acelerar a transição rumo a uma economia com baixas emissões de carbono.
Na abertura da primeira Conferência das Partes do Acordo de Paris (CMA, sigla em inglês) realizada durante a Cúpula do Clima de Marrakech (COP22), Ban disse que o mundo está em “uma situação de esperança” em relação à mudança climática “graças a um dos pactos mais ambiciosos adotados na história das Nações Unidas”, o assinado na capital francesa em 2015.
Em seu último discurso em uma COP como secretário-geral da ONU, Ban foi mais contundente e exigente do que nunca com os países e reiterou a necessidade do fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Além disso, o diplomata sul-coreano pediu à comunidade internacional uma maior ambição nas contribuições dos países para a redução de emissões em 2018, dois anos antes que estas comecem a funcionar de maneira efetiva, em 2020, e também solicitou que o setor privado siga pelo mesmo caminho.
“O que fizermos agora determinará os impactos da mudança climática nos próximos anos”, afirmou Ban, ao apelar à “responsabilidade” dos líderes do mundo para “limitar as emissões antes de 2020 e manter a temperatura global abaixo dos dois graus no fim do século e, se for possível, que a mesma não supere 1,5 graus”.
O diplomata ressaltou que é um sucesso para o bem comum e para o planeta que o Acordo de Paris tenha entrado em vigor antes de um ano e conte atualmente com 110 ratificações de países, que somam quase 80% das emissões, e exigiu que os Estados “o transforme em ações concretas e efetivas em nível nacional”.
Ao encerrar seu discurso, Ban se despediu agradecendo aos líderes mundiais sua “visão” para adotar o Acordo de Paris, especialmente o presidente francês François Hollande e o ex-ministro das Relações Exteriores desse país e presidente da COP21, Laurent Fabius, por seus esforços diplomáticos para consegui-lo.
A chefe de mudança climática da ONU, Patricia Espinosa, afirmou, por sua vez, que apesar de o pacto climático alcançado na capital francesa levar à “construção de um mundo com baixas emissões de carbono, essa transformação não será fácil, por isso é necessário a liderança dos líderes do mundo, mais do que nunca”.
Patricia reiterou que o acordo também promove “a prosperidade dos mais vulneráveis e a inclusão de todos: empresas, comunidades indígenas, jovens, mulheres…”.
“Respondemos ao chamado da história no ano passado, agora devemos executar a transformação”, concluiu a diplomata mexicana. (Fonte: Terra)