O Brasil sediará a 6ª Reunião do Comitê Internacional de Coordenação do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade para Melhoria da Nutrição e do Bem-Estar Humano (BFN) e um simpósio internacional sobre o tema no próximo ano. A informação foi dada nesta segunda-feira (28/11) na quarta reunião do comitê nacional do programa, realizada em Brasília. A instância é formada por órgãos federais, universidades e institutos de pesquisa.
O BFN é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), e tem como objetivo apoiar os diferentes setores e esferas do governo brasileiro e da sociedade civil na integração da biodiversidade em todas as políticas, programas e planos de ação nacionais e regionais relevantes para a promoção de segurança alimentar e nutricional. “A importância é mostrar a todos o que está acontecendo, os resultados alcançados até aqui e também organizar e discutir os nossos próximos passos”, afirmou a coordenadora nacional da ação, Daniela Beltrame.
As ações desenvolvidas têm como foco promover a conservação da biodiversidade pelo uso sustentável para a alimentação, visando também combater a má nutrição em todas as formas e promover o conhecimento, o desenvolvimento e promoção dos alimentos da biodiversidade. Quênia, Sri Lanka e Turquia também participam do projeto, coordenado internacionalmente pelo Bioversity International, com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como agências implementadoras.
Prioridade – O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, reafirmou a importância que o MMA dá ao trabalho desenvolvido no âmbito do projeto, tratando-o como prioridade. “Nós temos, ao conhecer e divulgar os produtos da biodiversidade inseridos neste projeto, uma obrigação decorrente, que é de conservá-la e protegê-la. É tarefa nossa fazer isso e o ministro Sarney Filho prioriza essa agenda, anunciando a criação de novas áreas protegidas, além das que já existem”, afirma.
O diretor nacional do BFN, Lídio Coradin, explica que o projeto tem raízes na Convenção sobre Diversidade Biológica, onde foi aprovada uma decisão relacionada à agrobiodiversidade e se refere a mostrar o valor e demonstrar a forte ligação que existe entre biodiversidade, alimentação e nutrição. “De um modo geral, apesar da importância da alimentação, a gente presta muito pouca atenção ao que está ingerindo. Sendo assim, nós estamos fazendo um grande esforço em termos de chamar a atenção para a nossa biodiversidade nativa”, diz.
Coradin defende ser muito importante que a sociedade tenha a oportunidade de conservar, conhecer e usar os alimentos presentes na biodiversidade nativa, geralmente mais nutritivos do que as espécies exóticas inseridas no dia a dia da população pelo agronegócio. “É preciso que as pessoas e os setores governamentais, não-governamentais e privados, possam conhecer o potencial, as oportunidades e as possibilidades contidas na biodiversidade nativa”.
Livro – Para tanto, serão lançados, no âmbito do projeto, um banco de dados de composição nutricional e um livro de receitas culinárias com as espécies estudadas. “O livro de receitas e o banco de dados estão sendo desenvolvidos pelas universidades parceiras e são alguns dos principais produtos do projeto. Além de realizarem a caracterização nutricional das espécies priorizadas, elas estão desenvolvendo receitas culinárias que se apliquem tanto ao programa de alimentação escolar, por exemplo, quanto para a alta gastronomia e restaurantes, envolvendo uma visão mais comercial”, adianta Daniela Beltrame.
O secretário-substituto de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Mauro Pires, ressaltou a importância do BFN e reafirmou o compromisso com a iniciativa. Para ele, a reunião do Comitê ocorre em um momento oportuno, em que se discute a prorrogação do projeto e a melhoria da sua execução. (Fonte: MMA)