Brasil terá três novos sítios Ramsar

O Brasil aprovou, junto à Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, sediada na Suíça, três novas propostas para sítios Ramsar. O Parque Nacional de Anavilhanas (AM), o Parque Nacional do Viruá (RR) e a Estação Ecológica do Taim (RS) serão os novos sítios, aumentando de 13 para 16 o número de áreas reconhecidas pela convenção internacional. A certificação ocorrerá ainda no primeiro semestre de 2017, em data a definir.

A Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Convenção Ramsar, estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de áreas úmidas no mundo. Essas ações estão fundamentadas no reconhecimento, pelos países, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas.

Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, o Brasil tem todo o interesse em aumentar ainda mais o número de sítios Ramsar. O MMA está desenvolvendo uma estratégia de implementação da Convenção de Ramsar e dos Sítios Ramsar no Brasil, que deverá orientar o cumprimento dos compromissos assumidos pelo país, ou seja, a conservação e o uso racional das áreas úmidas. O documento será elaborado em colaboração com o Comitê Nacional de Zonas Úmidas e com os gestores dos Sítios Ramsar.

O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, considera as áreas úmidas muito importantes pela sua biodiversidade e, sobretudo, pelos importantíssimos serviços dos ecossistemas que elas prestam. “As unidades de conservação são a melhor forma de conservar os ecossistemas e prestar esses serviços à sociedade, e por isso devem ser reconhecidas e prestigiadas”, ressalta.

Segundo Soavinski, o reconhecimento de uma convenção internacional, como a de Ramsar, agora também para os Parques Nacionais de Anavilhanas e Viruá e para a Estação Ecológica do Taim, valoriza os esforços feitos pelo Brasil e promove interações internacionais de aprendizado que permitem a melhoria da gestão feita pelo ICMBio.

Desde sua adesão à Convenção, em 1996, o Brasil promoveu a inclusão de 16 UCs à Lista de Ramsar, o que permite a obtenção de apoio internacional para o desenvolvimento de pesquisas, o acesso a fundos internacionais para o financiamento de projetos e a criação de um cenário favorável à cooperação internacional. Em contrapartida, o Brasil assume o compromisso de manter as características ecológicas dos sítios – os elementos da biodiversidade e os processos que os mantêm – e deve atribuir prioridade para sua consolidação diante de outras áreas protegidas, conforme, inclusive, previsto no Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas.

Os novos sítios Ramsar estão em áreas úmidas da região amazônica e no litoral sul do país. Saiba mais sobre eles:

Parque Nacional de Anavilhanas

O Parque Nacional de Anavilhanas, arquipélago fluvial localizado no Mosaico de Unidades de Conservação do Baixo Rio Negro, no estado do Amazonas, está inserido no Corredor Central da Amazônia pelo Projeto Corredores Ecológicos. O parque é Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco, além de ser umas das 16 unidades de conservação (UCs) federais consideradas prioritárias para estruturação da visitação por parte do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

De grande beleza cênica, o Parque Nacional de Anavilhanas apresenta formações florestais diversas, como floresta ombrófila densa, igapó, campina e campinarana, caatinga-gapó e chavascal, além de ecossistemas fluviais e lacustres. A parte fluvial do parque, com mais de 400 ilhas, aproximadamente 130 km de extensão e em média 20 km de largura, representa 60% da unidade, enquanto a porção de terra firme representa 40%. Cerca de 70 lagos desenham a paisagem com formatos elípticos alongados.

Parque Nacional Viruá

O Parque Nacional Viruá, no estado de Roraima, é a unidade de conservação com a maior riqueza de espécies de vertebrados registradas no Brasil (mais de 1,2 mil espécies), com populações de 119 espécies de mamíferos, 531 espécies de aves, 71 espécies de répteis, 47 espécies de anfíbios e 500 espécies de peixes. A diversidade da flora está estimada em mais de 4 mil espécies. Em 2014, foi a unidade de conservação da Amazônia mais pesquisada e a terceira na taxa anual de recebimento de turistas. O parque realiza programas de combate ao incêndio, monitoramento da biodiversidade, ecoturismo de base comunitária, controle da caça de tartaruga no rio Amazonas, além de campanhas e programas educativos.

Estação Ecológica de Taim

Na Estação Ecológica de Taim, no Rio Grande do Sul, destacam-se praias, falésias, sistema de banhados e áreas alagadas. É uma das zonas mais ricas em aves aquáticas da América do Sul, contando com espécies residentes, nidificantes e invernantes das zonas mais meridionais e limícolas do neártico. Por ser um dos remanescentes deste tipo de ecossistema, tem grande valor como patrimônio genético e paisagístico. O banhado do Taim possui uma função muito importante para a manutenção do equilíbrio ecológico da região, como a produção de alimento, a conservação da biodiversidade, a contenção de enchentes e o controle da poluição. Os processos mais importantes nesse ecossistema são a geração de solo, a produção vegetal e a estocagem de nutrientes, água e biodiversidade. (Fonte: MMA)