O Fórum de Vulnerabilidade Climática (CVF), grupo que reúne 50 nações especialmente vulneráveis ao aquecimento global, advertiu nesta quarta-feira em Bonn que limitar este fenômeno a um máximo de 1,5 graus centígrados é para eles uma “questão de sobrevivência”.
“Para os países membros do Fórum de Vulnerabilidade Climática, cumprir com a meta de 1,5 graus é simplesmente uma questão de sobrevivência”, declarou Debasu Bayleyegn Eyasu, diretor-geral da Direção de Coordenação de Mudança Climática do Ministério de Meio Ambiente da Etiópia, país que preside atualmente o CVF.
Eyasu acrescentou que já está ocorrendo um “significativo impacto climático” com “o atual nível de aquecimento”, em uma coletiva de imprensa transmitida através da internet e realizada em Bonn, onde acontece uma reunião dos países assinantes do Acordo de Paris para preparar a próxima Conferência do Clima, que está marcada para novembro nesta cidade alemã.
Um aquecimento adicional “não fará mais do que aumentar os riscos de impactos graves, generalizados e irreversíveis”, afirmou.
A presidência etíope sublinhou, não obstante, que apesar dos graves riscos que enfrentam, os países membros do CVF, que representam mais de 1 bilhão de pessoas nos cinco continentes, veem, além disso, em uma “ambiciosa ação climática” a “oportunidade para prosperar”.
“Temos um enorme déficit em ação climática”, advertiu Emmanuel M. De Guzman, da Comissão de Mudança Climática do Escritório da Presidência das Filipinas, país que precedeu a Etiópia à frente do CVF.
Segundo De Guzman, enquanto existe a possibilidade de frear a mudança climática é preciso aproveitá-la, pois “o fracasso não é uma opção”, o que exige ao mesmo tempo, apontou, “ações imediatas e drásticas”.
“Os 1,5 graus são nosso limite de oportunidade e esperança”, acrescentou.
Segundo Eyasu, “a ação climática pode reduzir riscos, limpar o ambiente, gerar novos trabalhos verdes, limitar a instabilidade econômica e potencializar o uso sustentável de recursos nacionais”.
A falta de uma ambiciosa ação climática, disse, “prejudicará muito seriamente” a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a chamada universal à adoção de medidas para pôr fim à pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas gozem de paz e prosperidade. (Fonte: Terra)