Líderes religiosos e indígenas se reuniram nesta segunda-feira (19) para iniciar conversas a respeito de maneiras de proteger florestas tropicais, e a anfitriã Noruega alertou que um plano global para desacelerar a mudança climática estará condenado sem ações que vão da bacia do Congo à Amazônia.
Representantes cristãos, muçulmanos, judeus, hinduístas, budistas e daoístas se encontraram com povos indígenas em Oslo para analisar argumentos morais e éticos para blindar as florestas ameaçadas pela indústria madeireira e pela liberação de terrenos para fazendas.
Os organizadores disseram que a Iniciativa Ecumênica de Oslo para as Florestas Tropicais é a primeira a reunir religiosos e povos indígenas para buscar uma postura em comum de proteção às florestas. Eles esperam realizar uma cúpula em 2018.
“Estamos perdendo a tapeçaria da vida e da biodiversidade que está nas florestas tropicais”, disse o ministro norueguês do Clima e do Meio Ambiente, Vidar Helgesen, em uma coletiva de imprensa no encontro, que vai até 21 de junho.
As florestas são o lar e a fonte de renda de milhões de pessoas. Além disso, as florestas tropicais são um gigantesco depósito natural de dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa oriundo da queima de combustíveis fósseis. As árvores liberam o gás quando apodrecem ou são queimadas para se abrir caminho para fazendas, como as de gado, ou plantações de palma.
“O Acordo de Paris está condenado se o desmatamento continuar”, afirmou Helgesen.
Muitos países reafirmaram seu apoio ao pacto de Paris de 2015 para reduzir gradualmente as emissões de gases de efeito estufa depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 1º de junho o plano de retirar seu país do acordo, dizendo que quer promover a indústria de combustíveis fósseis dos EUA.
O bispo Marcelo Sanchez Sorondo, diretor da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, disse que as árvores são vitais para o ciclo da água e da vida na Terra. “Se alterarmos isto, podemos chegar ao ponto de ter um planeta sem vida”, disse ele à Reuters.
“As árvores não têm só valor ecológico para nós, mas também valor cultural para nós. Cada árvore”, explicou Joseph Itongwa, da República Democrática do Congo, representante de povos indígenas da África.
A extensão líquida das florestas mundiais encolheu 33 mil quilômetros quadrados por ano entre 2010-15, aproximadamente o tamanho da Bélgica, disse a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). (Fonte: G1)