Agroecologia na prática e em debate

No Congresso de Agroecologia 2017, realizado em Brasília até esta sexta-feira (15/09), a troca de saberes e informações aconteceu em rodas de conversa, palestras, painéis de trabalhos, oficinas, batucadas e conversas informais. O destaque do dia foi a cozinheira e apresentadora de televisão Bel Gil, estrela da alimentação natural e consciente, que participou de mesa redonda no maior auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. “Precisamos procurar as vitaminas e nutrientes na natureza e não em alimentos ultra processados e enriquecidos”, defendeu Bela Gil.

A especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Departamento de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Suiá Kafure da Rocha, foi responsável pela produção, organização e programação das tendas Água; Educação e Sustentabilidade; Sociobiodiversidade; e Tecnologias Sociais, no espaço Caminhos do Saber. Além dessas quatro tendas, o MMA produziu as duas tendas do Ministério do Desenvolvimento Social – Alimentação Saudável e Saberes e Práticas de Saúde e Cura.

“Montamos um espaço gratuito, totalmente aberto para a sociedade. O evento promoveu a integração de órgãos públicos do DF, de outros estados, organizações da sociedade civil e público entorno de temas comuns”, enfatizou Suiá Kafure. Segundo ela, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) se relacionam diretamente com a agroecologia. “A prefeitura de Alto Paraíso, que esteve aqui esta manhã, está querendo ser a cidade modelo dos ODS”, declarou.

Na tenda Água, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) apresentou para crianças e o público em geral o projeto Minimundo, com terrários que reproduzem a vida no planeta Terra. O sistema, dentro de potes fechados, com plantas, água e microrganismos, produz tudo o que precisa para viver. Ali, o ciclo de água ocorre como no planeta, em grande escala. Por meio do experimento, pode-se perceber que é preciso equilíbrio para que as necessidades sejam supridas e o ciclo se renove.

Outro experimento apresentado pela Caesb tratava do tema assoreamento, ilustrado com três galões de água cortados ao meio, o primeiro com terra apenas, o segundo com terra e material orgânico e o terceiro com vegetação. “Esse experimento mostra como é importante proteger as matas ciliares. Quando chove, se não tem árvores, a água vai levando tudo e não penetra no solo”, explicou a engenheira química da área de educação ambiental da Caesb, Karina Bassan.

Já na tenda Sociobiodiversidade, o MMA liderou rodas de conversa sobre agroextrativismo, gestão territorial e ambiental em territórios quilombolas e implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas (PNGATI). “Falamos das políticas públicas do MMA e surgiram perguntas bem básicas como o que é agroextrativismo. Gostamos muito de responder. Muita gente não sabe que o MMA trabalha com esse tema”, explicou a analista ambiental Paula Sivelli.

O evento – O Congresso de Agroecologia 2017 é a realização simultânea do VI Congresso Latino-americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia e V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno.

Os eventos são promovidos pela Sociedade Científica Latino-Americana de Agroecologia (Socla) em parceria com a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia). Em Brasília, a organização conta com uma comissão formada por representantes da Embrapa, Universidade de Brasília, Emater-DF, Secretarias do GDF (Seagri e Sedestmidh), Ibram e ISPN. Conta com o apoio de vários ministérios, organizações e movimentos sociais. O evento é patrocinado por BNDES, Itaipu Binacional e Fundação Banco do Brasil. (Fonte: MMA)