Resumo da Semana: 19 a 25 de Julho de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Por que eventos climáticos extremos são cada vez mais parte da realidade

Quatro meses depois do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, voltamos aos poucos a lidar com nossos “velhos” problemas. Talvez o principal deles seja o aquecimento global. Para muitos, os problemas decorrentes do aquecimento do planeta podem ser resolvidos no futuro e não demandam ações imediatas. Para outros, é difícil entender a dimensão de alterações aparentemente pequenas, como a subida de alguns centímetros do nível do mar ou o aumento de 1 ou 2 graus Celsius na temperatura da Terra.

O fato é que essas mudanças já estão acontecendo e cada vez mais pessoas estão sendo afetadas em todo o mundo. O Brasil não está isento de sentir esses impactos, já que os eventos climáticos no sistema terrestre são produto de vários processos complexos e dinamicamente inter-relacionados, que ultrapassam fronteiras, atuando em uma ampla gama de escalas espaço-temporais.

No Brasil, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) é o responsável por alertas para prevenir perdas humanas e materiais, e o Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil (CEPED), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é referência na análise e formação técnica para lidar com esses desastres. Dentre os dados analisados entre 1980 e 2019, foi observado que o número de cidades brasileiras afetadas por desastres naturais dobrou, sendo que o número de eventos climáticos nesse mesmo período passou de 5 mil para cerca de 33 mil, indicando que muitos municípios sofreram mais de um desastre.

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PNUMA e parceiros apresentam proposta de boas práticas para setor agroalimentar no Brasil

As cadeias de valor associadas ao agronegócio brasileiro são responsáveis por gerar cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A atividade está profundamente relacionada à saúde do meio ambiente: depende dos recursos naturais, como terra, água, minerais e organismos vivos e, ao mesmo tempo, afeta a quantidade e qualidade destes recursos.

Para impulsionar melhores práticas no setor agroalimentar no Brasil, o projeto “A Economia do Ecossistema e da Biodiversidade para Agricultura e Alimentos (TEEBAgriFood)” apresentou na quinta-feia (23/07), durante mesa-redonda online, a primeira versão de um conjunto de diretrizes para avaliação do capital natural, humano e social do país.

“As diretrizes buscam estabelecer práticas, orientar investimentos e dar apoio a decisões que transformem a produção global de alimentos, fornecendo às empresas as ferramentas necessárias para identificar e medir os impactos e dependências do capital natural, social e humano”, explica Denise Hamú, representante do PNUMA no Brasil.

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Uso de fontes renováveis no Brasil é três vezes maior que o mundial

No Brasil, as fontes renováveis de energia alcançaram uma demanda de 46,1% de participação na Matriz Energética, um aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao indicador de 2018, segundo o Ministério de Minas e Energia. As fontes de energia renováveis incluem a hidráulica, a eólica, a solar e a bioenergia. O indicador brasileiro representa três vezes o mundial.

O desempenho do setor de energia em 2019 chama a atenção em três importantes resultados: crescimento do consumo das famílias, renovabilidade e segurança. Os indicadores fazem parte da Resenha Energética Brasileira de 2020, tendo como fonte de dados o Balanço Energético Nacional do ano base 2019 (edição 2020), concluído pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com a cooperação do Ministério de Minas e Energia e as Empresas e os Agentes do Setor Energético.

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Brasileiro é finalista de prêmio global da ONU com projeto de energia solar em favelas do Rio

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) anunciou na segunda-feira (20/07) os cinco finalistas do prêmio Jovens Campeões da Terra na América Latina e Caribe. O brasileiro Eduardo Avila, de 25 anos, está no páreo com o Revolusolar. O projeto, desenvolvido em parceria com duas favelas do Rio de Janeiro (RJ), cria um novo modelo energético acessível, sustentável e baseado nas comunidades.

A solução inclui instalações solares, treinamento profissional para residentes locais como eletricistas e instaladores solares e oficinas para crianças sobre sustentabilidade.

Em 2020, o projeto está implementando sua primeira cooperativa solar. O modelo de financiamento inclui patrocinadores institucionais e um componente de aluguel: os beneficiários de energia solar pagam uma taxa mensal (parte da economia com a conta de luz).

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Um novo oceano está surgindo na África por causa do afastamento de placas tectônicas

Na região de Afar, na Etiópia, as placas tectônicas da Somália, Núbia e Arábia tem se afastado gradualmente, de acordo com reportagem da NBC News, formando lentamente uma enorme fenda que se transformará em um novo oceano.

Faz tempo que os cientistas desconfiam que as placas estejam em processo de separação, mas avanços na tecnologia de GPS tem colaborado para compreendermos especificamente o que tem acontecido por baixo da superfície.

Com a monitoração por GPS será possível observar a taxa de movimento de cerca de cinco milímetros por ano, afirma Ken Macdonald, o geofísico marinho da Universidade de Santa Barbara a NBC. “À medida que obtemos mais e mais medidas de GPS, podemos ter uma ideia muito melhor do que está acontecendo”.

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Urso polar pode ser extinto até 2100, diz estudo

As mudanças climáticas estão causando a extinção dos ursos polares e a espécie pode desaparece até 2100, afirmou um estudo publicado na segunda-feira (20/07) na revista científica Nature Climate Change.

De acordo com os pesquisadores, se as emissões que causam o efeito estufa continuarem no atual ritmo, em 80 anos, quase todas as populações de ursos polares correm o risco de desaparecer devido à destruição de seu habitat. O derretimento das camadas de gelo do Polo Norte afeta diretamente a espécie e reduz o tempo que os animais teriam para caçar focas.

“Se de alguma forma mágica as camadas de gelo pudessem ser mantidas, mesmo com o aumento da temperatura, os ursos polares estariam bem. O problema é que seu habitat está literalmente derretendo”, enfatizou Steven Amstrup, autor principal do estudo.

O desafio para sobrevivência dos ursos polares é um tema conhecido há muito tempo. O atual estudo, porém, é o primeiro a determinar uma linha do tempo sobre a provável extinção da espécie.

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A ilha remota entre África e Brasil que tem lições para o futuro do meio ambiente

Vista do mar, a Ilha de Ascensão parece estar ardendo em chamas, uma paisagem tão aparentemente hostil que rendeu ao local um apelido capaz de espantar qualquer turista: “inferno do fogo apagado”.

Elevando-se acima de crateras adormecidas, depósitos piroclásticos e picos de lava, a Montanha Verde, com 859 metros de altura, e sua vegetação frondosa chamam atenção em meio à ilha carbonizada. São também uma prova da engenhosidade dos seres humanos e da resiliência da natureza.

Plantada no topo de uma colina devastada há cerca de 160 anos, a floresta que começou por um capricho humano, com inserção de alta diversidade de espécies de todo o mundo, passou a atrair a atenção de cientistas de todo o mundo. A Montanha Verde dá uma esperança de que ecossistemas criados pelo homem possam melhorar o meio ambiente.

À medida que a crise climática destrói paisagens e gera catástrofes, a próspera selva de Ascensão reforça o argumento de que talvez possamos regenerar uma floresta usando conceitos deste lugar remoto e muitas vezes esquecido.

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