Após visita do presidente da Funai, lideranças entram em acordo e devem voltar para Terra Indígena do Ligeiro

O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, viajou esta semana para Passo Fundo (RS) com o objetivo de pôr fim ao conflito entre os Kaingang da Terra Indígena do Ligeiro, no município de Charrua. Há mais de 50 dias um grupo de aproximadamente 400 indígenas se abrigavam no ginásio de Charrua e na Coordenação Regional da Funai de Passo Fundo, depois de um conflito interno de lideranças, que resultou em mais de 60 casas queimadas e na morte de um indígena. Ontem , após dois dias de reuniões de mediação entre o presidente da Funai e os dois grupos, os indígenas que estavam na CR aceitaram voltar para Charrua, e, com o apoio da Polícia Federal, voltarão para suas casas. A data do retorno das famílias será marcada até semana que vem.

“As lideranças que estão na terra indígena estão pedindo para que seus parentes voltem para casa e ofereceram cinco vagas no conselho de liderança da comunidade. Além disso, vamos garantir que eles tenham a segurança da Polícia Federal no momento do regresso, que é a principal solicitação do grupo que está fora da terra, e o apoio de um servidor da Funai e de um efetivo da polícia que permanecerão na aldeia até a retomada da normalidade”, afirmou Franklimberg.

O presidente informou ainda que já entrou em contato com o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) solicitando madeira para que as casas queimadas sejam reconstruídas.

Na terra indígena, o desejo das lideranças, mulheres e crianças é um só: que os parentes possam voltar para casa. “Estamos entrando em acordo com eles, que voltem para casa e nós damos segurança, total segurança. A gente assina até um termo de ajuste junto ao Ministério Público e Polícia Federal, que nada vai acontecer com esse pessoal ao retornarem paras suas terras, porque lá onde eles estão não é vida pra ninguém”, disse o líder indígena Lairton Ferreira, presidente do conselho.

Terra Indígena do Ligeiro

A Terra Indígena do Ligeiro tem 4,5 mil hectares e cerca de 1600 pessoas. Dentro da área, funciona uma escola e um posto médico, com atendimento médico e dentário de segunda a sexta-feira.

Fonte: Funai