Poluição atmosférica causa mais de 520 mil mortes na Europa por ano

A poluição atmosférica causa mais de 520 mil mortes prematuras na Europa por ano, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (11) pela Agência Europeia do Ambiente (AEA). A maioria das mortes está relacionada a concentrações de partículas atmosféricas menores de 2,5 micrômetros, que podem entrar nos pulmões e na corrente sanguínea.

De acordo com o estudo, em 2014, a concentração de partículas atmosféricas foi responsável por 428 mil mortes prematuras em 41 países europeus, sendo que 399 mil delas ocorreram nos 28 países da União Europeia (UE).

O documento revelou que, em 2015, 7% da população urbana dos países do bloco foram expostas a índices de concentrações de partículas atmosféricas acima do permitido na UE. Já se forem considerados os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS), que são mais restritos, esse número sobe para 82%.

Apesar dos altos números, os dados revelaram uma ligeira melhora da qualidade do ar em relação a 2013, quando 85% da população europeia foi exposta a limites de concentrações de partículas atmosféricas superiores aos recomendados pela OMS.

Outro poluente que tem causado mortes é o dióxido de nitrogênio. Cerca de 9% da população urbana na União Europeia foi exposta a níveis deste gás acima dos limites do bloco e das orientações da OMS. Estima-se que 78 mil mortes foram causadas na Europa em 2014 devido a essa exposição.

A agência alerta que, no futuro, a concentração de dióxido de nitrogênio pode continuar causando 75 mil mortes anualmente.

O estudo indicou que os maiores poluentes na região são automóveis, a agricultura, a geração de energia, a indústria e o sistema de aquecimento de casas.

“Enquanto sociedade, não devemos aceitar os custos da poluição atmosférica. Com decisões corajosas e investimentos inteligentes em transportes, energia e agricultura mais limpos, conseguiremos combater os problemas da poluição e melhorar a nossa qualidade de vida”, destacou Hans Bruyninckx, o Diretor Executivo da AEA.

A agência ressaltou ainda que a má qualidade do ar tem impactos econômicos, ao aumentar despesas com saúde, causar danos no meio ambiente e reduzir a produtividade de trabalhadores.

“O relatório da AEA revela que a má qualidade do ar continua a ter efeitos consideráveis sobre a saúde. A Comissão Europeia está determinada a resolver este problema e a ajudar os Estados-Membros a assegurar que a qualidade do ar que os seus cidadãos respiram respeite as normas mais elevadas”, disse Karmenu Vella, comissário da UE responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas.

Fonte: G1