Um projeto da FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação do Ministério do Meio Ambiente – pretende recuperar quase um milhão de hectares de terras degradadas no nordeste, começando pelo Maranhão.
No Brasil, 16% do território nacional passa pelos efeitos da desertificação, o que equivale a um milhão e trezentos mil hectares que sofrem com solos degradados, escassez de água e perda de biodiversidade. É onde estão quase 35 milhões de brasileiros, como a maranhense Marinete Chaves.
“Quando dá no verão seca tudo. Não tem como produzir o alimento. Já chegou dia da gente olhar uns para os outros e não ter nada para comer”, confessou a trabalhadora rural.
A FAO lidera um esforço global para amenizar os efeitos da escassez de alimentos no mundo. As campanhas são feitas na comunidade europeia e em 191 países. No Maranhão foram escolhidos quatro municípios com alto risco de desertificação.
Água Doce, Barreirinhas, Matões e Tutoia vão ser os primeiros municípios nordestinos contemplados com as ações de um projeto criado para recuperar áreas degradadas. Uma iniciativa da FAO – organização das nações unidades para a agricultura e alimentação com o Ministério do Meio Ambiente.
O lançamento do projeto foi em Barreirinhas, onde vai ficar o segundo escritório da FAP no Brasil – o primeiro fica em Curitiba, no Paraná.
O ministro do Meio Ambiente e o representante da FAO no Brasil se encontraram com prefeitos da região, parlamentares e com as comunidades tradicionais, que assumiram os desafios: Evitar a perda de solo, gerar renda e cuidar do ambiente em que vivem.
O projeto REDESER prevê investimentos de quase quatro milhões de dólares doados por agências internacionais interessadas em um planeta sustentável. De acordo com o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, é essencial recuperar e manter a terra no presente para garantir comida no futuro.
“Para o ano 2050 vamos ter mais de 10 bilhões de pessoas no planeta. Então, de onde vão vir estes alimentos? Da terra. Então temos que conservar a terra e recuperar a terra que foi degradada”, declarou.
O Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, classificou o projeto como ambiental para obtenção de recursos para reversão dos efeitos da desertificação.
“ É um projeto de esclarecimento. Um projeto de educação ambiental, basicamente, onde vai ter recursos para que você possa fazer ações concretas como plantio de mudas, como barragens, subterrâneas. Enfim, pequenas obras que são fundamentais e que a experiência do semiárido já nos aponta e que o Maranhão nãoi te m experiência dessa natureza”, informou Sarney Filho.
A experiência trazida para o Maranhão faz parte de um esforço global para a erradicação da fome no mundo, como o mundo do lavrador Waldecy Sousa.
“Se tivesse quem ajudasse… se tivesse um projeto, uma coisa, quem não queria?”, afirmou.
Fonte: Sidney Pereira, TV Mirante, Barreirinhas