O estado do Acre quer zerar o desmatamento ilegal em seu território até o ano de 2020. A informação foi confirmada pelo secretário de Meio Ambiente do Acre (Sema), Edgar de Deus, nesta quarta-feira (7), durante reunião de apresentação do novo Plano Estadual de Prevenção e Controle de Desmatamento e Queimadas.
Disponível para consulta pública desde o início de fevereiro, o plano foi apresentado aos Conselhos de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Florestal Estadual e de Desenvolvimento Rural Florestal Sustentável.
“Esse é um plano que pretende chegar ao desmatamento ilegal zero até 2020. Então, para isso, tem uma série de ações na área de comando e controle, que chamamos de fiscalização e monitoramento, um segundo eixo que é de produção sustentável e o terceiro que é a regularização fundiária e estruturação do território”, informou Edgar.
O secretário falou sobre a novidade do atual plano. O primeiro documento foi lançado em 2009 e passou por atualizações.
“Posso destacar que a novidade desse plano é que foi incorporado, além do desmatamento, também as queimadas e incêndios florestais. Isso porque nos últimos três períodos, 2005, 2010 e 2016, tivemos eventos extremos de secas. Então, houve a necessidade de incorporar todo procedimento de investigação dos danos que as queimadas e incêndios florestais estão causando no nosso território”, disse o secretário.
Sobre os resultados do plano desde sua implantação no estado, o secretário destacou que vem reduzindo os números de desmatamento ao longo dos anos. Segundo ele, nos últimos 14 anos, o Acre reduziu em 66% o desmatamento.
“Saímos de um patamar de 500 quilômetros quadrados, que equivale a 50 mil hectares, por ano, para 280 a 250 km quadrados, o equivalente a cerca de 28 a 25 hectares. No último ano, reduzimos em 34% comparados a 2016”, destacou.
O secretário de Agricultura e Pecuária, José Carlos Reis, falou sobre a importância de participar da reunião. Ele afirmou que o estado vem apresentando bos exemplos em relação à integração lavoura e pecuária.
“É um plano muito importante, nós vivemos em um mundo sustentável. A Secretaria de Agricultura e Pecuária trabalha a agricultura empresarial, mais focado na produção em larga escala e meio ambiente é fundamental para nós. É importante para que a gente possa produzir com mais qualidade e com o meio ambiente mais saudável”, frisou Reis.
O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre (Fetacre), Manoel José dos Santos, conhecido como Cumaru, falou sobre a questão dos pequenos produtores serem apontados como principais responsáveis pelo desmatamento no estado. Segundo ele, já é feito um trabalho de conscientização, mas ainda existem limitações.
“Fico até meio sem jeito com essa questão de dizer que os pequenos produtores são grandes responsáveis do desmatamento. Reconhecemos sim que os produtores desmatam, mas a gente já vem fazendo um trabalho, conscientizando a nossa categoria e o desmatamento tem diminuído na Amazônia e principalmente no nosso Acre. Mas, ainda temos as dificuldades e limitações”, afirmou Cumaru.
A meta, segundo o presidente da federação, é fazer o possível para que o produtor produza sem desmatar.
“Entendemos que o meio ambiente é importante, mas também entendemos que o produtor vive da sua agricultura familiar, mas existem formas para produzir sem o desmate e queimadas”, concluiu o presidente.
Fonte: Iryá Rodrigues e Lilian Lima, Jornal do Acre 2ª Edição, Rio Branco