Um vagão do metrô do Distrito Federal começou a circular, na última quarta-feira (14), totalmente adesivado com informações sobre a importância do Parque Nacional de Brasília para a preservação da água que abastece 75% do Plano Piloto e 25% do DF. Em forma de arte, o vagão traz os importantes elementos da fauna e flora do Cerrado, com fotos do fotografo mineiro Maurício Brasili, que venceu um concurso fotográfico no ano passado. A iniciativa é uma parceria do Metrô-DF com o do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ONU Meio Ambiente e a Embaixada do Canadá, que financiou o projeto.
“A unidade de conservação nasceu da necessidade de proteger os rios fornecedores de água potável à Capital Federal e manter a vegetação em estado natural, explica a chefe da unidade de conservação do ICMBio, Juliana Alves. Segundo ela, a água para abastecimento público é reconhecida pela Unesco como a de maior qualidade do mundo. “Esta qualidade advém da proteção e conservação do Parque, todas as nascentes que produzem água para a Represa de Santa Maria estão inteiramente no interior da unidade de conservação”, afirma Juliana.
A iniciativa casa com a realização do Fórum Mundial da Água, quando a água é foco da agenda de debates, e, neste sentido, a importância das unidades de conservação protegendo mananciais para o abastecimento de água das cidades. A proposta é fruto de uma parceria que vem sendo desenvolvida desde o ano passado pelas instituições quando lançaram, no Dia Mundial do Meio Ambiente, o desafio de fotografia #EstouComANatureza. O autor da foto mais marcante e criativa, o mineiro Maurício Brasili, ganhou uma viagem para a capital, onde fez um passeio guiado ao Parque Nacional de Brasília, para uma sessão de fotos. As imagens resultantes dessa visita são algumas das que estampam atualmente o vagão do metrô recém-inaugurado.
Durante um mês, o vagão circulará com objetivo de promover a proteção dos mananciais, a ação sobre o uso sustentável da água e incentivar o contato com a natureza. Para Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente, “enfrentamos uma crise hídrica sem precedentes. Até 2050, 3 bilhões de indivíduos viverão em áreas com escassez severa de água, seja por causa das mudanças do clima, poluição, degradação ambiental, superexploração das reservas subterrâneas, falta de saneamento ou uso ineficiente da água. Com esta ação no metrô, convidamos brasilienses e visitantes da capital federal a refletir sobre o que cada um pode fazer para contribuir com a conservação dos parques nacionais e a preservação dos recursos hídricos para as futuras gerações. A nossa sobrevivência depende da saúde do planeta, e só temos um para cuidar”.
O Embaixador do Canadá no Brasil, Riccardo Savone, acrescenta que o Canadá tem o prazer de se unir a ONU Meio Ambiente e ao Instituto Chico Mendes para esta iniciativa. “Nosso meio ambiente é um recurso natural valioso. Os ecossistemas saudáveis desempenham um papel fundamental na conservação da natureza e sua proteção e preservação requer colaboração transfronteiriça – países, cidades, empresas e cidadãos que trabalham por uma causa comum. É por isso que o Canadá se comprometeu a trabalhar em conjunto para conservar pelo menos 17% das áreas terrestres e águas do interior do Canadá até 2020. É necessária uma ação global para conter as perdas dos recursos naturais do nosso planeta que são insubstituíveis. Portanto, sua destruição é um caminho sem volta. Nosso meio ambiente continuará nos proporcionando recursos enquanto nós e todas as pessoas do mundo fizermos nossa parte”, ressalta Savone.
Sobre o Parque Nacional de Brasília
A história de criação do Parque Nacional de Brasília se relaciona diretamente com a da construção de Brasília. A unidade de conservação surgiu da necessidade de se proteger os rios fornecedores de água potável à Capital Federal e de manter a vegetação em estado natural. Além disso, abriga mais de 20 espécies ameaçadas de extinção e contribui para o equilíbrio das condições climáticas e evitar a erosão dos solos do Distrito Federal.
O Parque, mais conhecido como a Água Mineral, é uma das unidades de conservação do ICMBio mais visitadas. Em 2017, recebeu mais de 222 mil visitantes. Além das piscinas de água, possui grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O Parque foi criado em novembro de 1961.
A fauna é abundante e diversificada, composta por espécies raras ou ameaçadas de extinção, tais como: lobo-guará, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, jaquatirica, ouriço-caixeiro, além de espécies endêmicas como pequeno roedor, gralha-do-campo, papagaio-galego. Várias outras espécies não ameaçadas compõem a biodiversidade do parque, a exemplo de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, e de grupos pouco estudados como moluscos, crustáceos, insetos e pequenos organismos.
Fonte: ICMBio