Na semana em que se reuniu o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, a FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciaram o lançamento de uma chamada de propostas para apoiar o desenvolvimento, por pequenas empresas paulistas, de produtos, processos e serviços inovadores em ecotoxicologia, contaminação de águas e uso de dados de precipitação.
“O nosso objetivo é buscar tecnologias e novos materiais tendo como foco o restabelecimento da potabilidade mínima da água que já sofreu efeitos deletérios”, disse Marcelo Nicolas Camargo, do Departamento de Programas Descentralizados da Finep.
“O Programa PAPPE-PIPE tem lançado com sucesso nos últimos anos chamadas em temas atuais e relevantes para a população em geral e para o desenvolvimento de empresas inovadoras em diferentes áreas do conhecimento. Exemplo disso são as chamadas com submissão aberta sobre Tecnologias Assistivas e Cidades Inteligentes-Grandes Metrópoles abordando Saúde”, disse Douglas Zampieri, membro da coordenação adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP.
“Assim, nada mais oportuno que lançar uma chamada sobre ecotoxicologia e contaminação de águas no momento em que todos os segmentos da sociedade estão com suas atenções voltadas ao tema, quer seja pelos desafios que estão sendo enfrentados, quer seja pela realização do 8º Fórum Mundial da Água”, disse.
Lançado no âmbito do programa PIPE/PAPPE Subvenção, resultado de parceria entre a FAPESP e Finep, o edital disponibilizará até R$ 15 milhões de recursos orçamentários da FAPESP e de subvenção econômica (recursos não reembolsáveis) via MCTI/Finep/FNDCT para apoiar, por um período de até 24 meses, o desenvolvimento industrial e comercial de projetos inovadores de microempresas, empresas de pequeno porte e pequenas empresas, constituídas e ativas, no mínimo, 12 meses antes do lançamento do edital. O prazo de submissão encerra em 28 de maio.
Os projetos apresentados devem contemplar os seguintes temas:
• Bioacumulação de compostos farmacêuticos ativos, metabólitos e suas misturas em organismos aquáticos: avaliação das implicações em uma perspectiva de longo prazo para a saúde humana e para o meio ambiente.
• Variáveis ambientais que desencadeiam a produção de toxinas de algas no meio ambiente; riscos para a saúde humana da exposição por meio de níveis tróficos.
• Caracterização dos riscos individuais e combinados de contaminantes químicos difusos (como pesticidas, outras substâncias químicas disruptoras endócrinas, drogas) relacionados à promoção de atividades agrícolas, urbanas e industriais mais sustentáveis.
• Impacto das mudanças de temperatura e precipitação na emissão, processamento e deposição de substâncias químicas tóxicas em organismos vivos de ecossistemas aquáticos.
Também são considerados relevantes temas relacionados à especiação de metais potencialmente tóxicos em ambientes aquáticos, desenvolvimento de dispositivos de amostragem passiva para substâncias orgânicas/metais em ambientes aquáticos, desenvolvimento de instrumentação portátil para monitoração in situ de indicadores de poluição, entre outros. A lista de desafios está disponível em www.fapesp.br/11590.
Estão qualificadas para apresentar propostas empresas que já tenham conduzido pesquisas que resultaram em produtos, processos e serviços inovadores no âmbito de projetos financiados pelo programa da FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), Fase 1 ou Fase 2, ou em projetos equivalentes conduzidos com recursos de outras fontes.
O edital, de Fase 3, contemplará projetos que pretendam desenvolver os resultados das pesquisas anteriores, de modo que possam ser efetivamente inseridos no mercado.
Fonte: FAPESP