O grupo norueguês Norsk Hydro publicou, nesta terça-feira (24), resultados piores do que o esperado pelas acusações de contaminação no Brasil, onde teve de reduzir à metade sua produção de alúmina, o principal componente do alumínio.
Embora o lucro da companhia tenha aumentado 42% no segundo trimestre, a 2,1 bilhões de coroas (256 milhões de dólares), os resultados são inferiores às expectativas.
O resultado do rendimento subjacente, um indicador muito acompanhado pelos mercados, caiu 7% em um ano, a 2,7 bilhões de euros, contra os 2,9 bilhões esperados pelos analistas.
O dado ruim se explica pela drástica redução da produção em sua fábrica brasileira de alumínio Alunorte, a maior do mundo, e também pelo aumento do preço das matérias-primas.
A Norsk Hydro foi acusada pelo governo brasileiro de poluir as águas do rio Pará, o que a companhia nega. Desde março, teve de reduzir para 50% sua produção na Alunorte, assim como o volume de extração de bauxita da mina de Paragominas.
O alúmina, que se extrai da bauxita, é o principal componente do alumínio.
Como consequência da situação no Brasil, os resultados da divisão Bauxita e Alúmina da Norsk Hydro caíram em 45% em um ano, até 364 milhões de coonas, e apesar do aumento do preço da alúmina.
As negociações com as autoridades brasileiras continuam estancadas.
“O processo para resolver a situação no Brasil é um desafio e levou mais tempo do que o esperado”, afirmou o diretor-geral do grupo norueguês, Svein Richard Brandtzaeg, citado em um comunicado.
“Implementamos medidas que permitem à Alunorte operar de maneira segura também no futuro, mas o momento para retomar a produção completa continua sendo incerto”, acrescentou.
A Norsk Hydro não foi afetada pela decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 10% sobre as importações de alumínio, porque exporta principalmente para a Europa.
O grupo advertiu, porém, que as tarifas dos EUA, junto com as dificuldades no Brasil e com as sanções contra a Rusal — o gigante russo do alumínio — provocarão um “déficit” da produção mundial de alumínio primário em 2018, em um contexto em que se espera um aumento da demanda de 4% a 5%.
Fonte: AFP