Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), responsável por investigar a contaminação ambiental pela refinaria Hydro Alunorte, em Barcarena, ouvem os diretores da empresa, Sérgio Ferreira, de operações; e Domingos Campos, de saúde, segurança e meio ambiente. Depoimentos são prestados na manhã desta sexta-feira (24).
As investigações começaram após o vazamento de resíduos de bauxita nas dependências da Hydro, de 16 a 17 de fevereiro deste ano, depois uma forte chuva atingir a região.
Esta será a 22ª sessão de oitiva, os deputados já ouviram mais de 50 pessoas. Já prestaram depoimentos diretores da empresa norueguesa, gestores do Estado e do município de Barcarena, pesquisadores institucionais e contratados pela empresa, moradores atingidos por contaminação, advogados e médicos.
Próximos depoimentos
A expectativa da CPI é ouvir o presidente mundial, Svein Richard Brandtzaeg, após estes depoimentos. O executivo pediu desculpas ao povo paraense pela conduta da empresa, logo após o vazamento de efluentes não tratados para o leito de rio, e o uso de um canal velho para descarte, sem autorização e licenciamento. Uma nova visita a Barcarena deve ser feita no início de setembro para ouvir lideranças comunitárias.
Entenda o caso
O acidente aconteceu nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, quando resíduos da bauxita vazaram da Hydro Alunorte para o meio ambiente após fortes chuvas em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saída da refinaria e despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a mesma finalidade.
A empresa recebeu sanções da Justiça que determinou a redução de sua produção em 50% até que sejam resolvidos os problemas das comunidades atingidas pela contaminação e sejam resolvidos os problemas para a captação dos rejeitos das bacias durante as fortes chuvas que caem regularmente na região, além de ter condenado a empresa a pagar R$ 150 milhões por danos ambientes.
No dia 9 de março, o segundo canal de despejo não autorizado foi descoberto pelo Ministério Público do Pará (MPPA), após uma vistoria realizada nas dependências da Hydro Alunorte. Segundo o MPPA, o canal seria utilizado em situações de grandes chuvas para despejar efluentes sem tratamento diretamente no rio Pará. No dia 15 de março, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) identificou um terceiro ponto de despejo irregular.
Fonte: G1