As causas da cratera gigante que se abriu misteriosamente perto da vila de Matarandiba, na cidade de Vera Cruz, Ilha de Itaparica, na Bahia, ainda permanecem sendo um mistério. Os estudos já relizados até agora não conseguiram desvendar o que provocou o buraco, cujo comprimento aumentou de 69 metros para 86 metros em um período de quatro meses.
A cratera se formou numa área de propriedade da empresa multinacional americana Dow Química, que utiliza a região para extração de salmora, uma mistura de água e sal usada na fabricação de produtos químicos. A empresa diz que está investigando se a cratera tem relação com o trabalho de perfuração que desenvolve no local e que está monitorando a área com microssensores, drones e software de alta precisão.
O buraco está no meio de uma mata nativa, a cerca de 1 km do local onde vivem os moradores da vila, que se dizem preocupados com a situação. Um estudo geomecânico feito pela empresa e outro realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apontam, no entanto, que os habitantes da região não correm riscos.
Veja o que já se sabe sobre o caso e o que ainda falta esclarecer:
O que é a cratera e quais as causas?
A Dow afirmou que a cratera é um fenômeno geológico conhecido como “vazio subterrâneo” (sinkhole, em inglês), cujas causas ainda não foram esclarecidas. Em setembro, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito para apurar as causas da abertura da cratera. O MP informou que o objetivo da ação é preservar as vidas das pessoas e proteger o meio ambiente.
Quando o buraco foi descoberto?
A erosão foi descoberta pela própria empresa americana, no dia 30 de maio, durante um trabalho de rotina.
Por que o tamanho do buraco aumenta?
Quando foi descoberto, o buraco tinha 45,4 metros de profundidade, 69 metros de comprimento e 29,8 metros de largura. A primeira medição da cratera ocorreu no dia 8 de junho. Em setembro, numa nova medição, a erosão estava 83,5 metros de comprimento, 34,4 metros de largura e 41,2 metros de profundidade.
Já na última medição feita, realizada dia 24 de outubro, a erosão apresentou 39,7 metros de profundidade, 86 metros de comprimento e 36,6 metros de largura.
A Dow afirma que o aumento do comprimento da cratera é esperado até a completa estabilização do terreno, uma vez que, sob o ponto de vista técnico, a tendência é que as bordas da erosão fiquem do mesmo tamanho que o fundo dela, que hoje mede cerca de 115 metros de comprimento.
Quando as bordas superiores estiverem com o mesmo perímetro da parte inferior deve haver uma estabilização, diz a empresa. A profundidade, por sua vez, vem diminuindo com o passar do tempo, segundo a Dow, devido aos materiais que caem das laterais no fundo da erosão.
O que dizem os estudos sobre a erosão?
A Dow informou que realizou um estudo geomecânico para avaliar as causas da erosão e o levantamento concluiu que a Vila de Matarandiba, o acesso à comunidade e a área atual de mineração da empresa estão seguros. O estudo, segundo a empresa, foi conduzido pela consultoria independente alemã Institute for Geomechanics (IFG). A análise técnica incluiu estudos do solo e modelagem 3D para avaliação das propriedades e comportamento geológico do solo da região.