O ciclone Idai causou a morte de mais de 200 pessoas e deixou 350 mil em situação de risco em Moçambique, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira (19/03) pelo presidente do país africano, Filipe Nyusi.
O governo moçambicano decretou estado de emergência e três dias de luto nacional a partir desta quarta-feira.
Estima-se que mais de 100 mil pessoas precisem de ajuda imediata, e o governo não tem condições de ajudá-las. A prioridade são as operações de busca e salvamento, segundo o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia.
“As equipes estão se desdobrando para levar as pessoas das zonas alagadas para zonas seguras. Este serviço de apoio está levando alimentação e água, essencial para as famílias poderem aguentar até fazermos a evacuação definitiva para zonas de acolhimento”, explicou.
A subida de nível dos rios continua a ser uma ameaça às comunidades rurais das províncias de Manica e Sofala, devido às previsões de chuva forte até quinta-feira, aliadas às descargas de barragens que se encontram no limite da capacidade.
Em conjunto com organizações humanitárias, o Executivo moçambicano providencia assistência de emergência às vítimas do ciclone. Segundo Correia, há comida para mais de 400 mil famílias, embora só chegue para dois meses.
Além disso, o ministro garante que existem medicamentos suficientes. “O grande desafio é abrir vias de acesso, e neste momento estamos trabalhando com barcos e meios aéreos, helicópteros. Assim que restabelecermos as comunicações, o nosso trabalho estará mais facilitado.”
Entretanto, continuam a chegar ao país ajudas da comunidade internacional, no momento em que cresce o medo de que o Zimbabué abra as suas barragens e piore ainda mais a situação no centro de Moçambique.
Quarenta toneladas de alimentos estão a caminho do aeroporto da cidade de Beira, a mais atingida e que está isolada por terra, para alimentar a população, disse uma representante do Programa Alimentar Mundial.
A petrolífera ExxonMobil anunciou uma doação de 264 mil euros para organizações de ajuda humanitária no país. A Namíbia enviará peixe para as populações de Moçambique, Zimbabué e Maláui, os três países afetados pelo Idai.
Por causa do ciclone, inúmeras estradas de Moçambique estão bloqueadas por buracos ou por postes ou árvores que caíram nas vias. A situação está prejudicando o negócio dos transportadores rodoviários, sobretudo no corredor da Beira, que liga a cidade ao interior da África Austral.
Fonte: Deutsche Welle