Um estudo publicado recentemente por pesquisadores franceses no Journal of Archaeological Science afirma que um rápido período de aquecimento global ocorrido há 120 mil anos levou os neandertais a virarem canibalistas.
O estudo, realizado pelos pesquisadores franceses Alban Defleur e Emmanuel Desclaux, acredita que a mudança climática teve impacto direto na guinada ao canibalismo desses hominídeos. Na década de 1990, os restos mortais de seis neandertais — dois adultos, dois adolescentes e duas crianças — foram encontrados em uma caverna em Baume Moula-Guercy, no sul da França.
Foi com base nesses achados que os especialistas realizaram o estudo. Segundo eles, os restos mortais encontrados na caverna carregavam marcas de canibalismo, como o desmembramento completo dos indivíduos e parte dos ossos roídos por dentes humanos.
Ao portal Gizmodo, Danielle Kurin, antropóloga da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, que não estava envolvida no novo estudo, acredita que “há evidências circunstanciais convincentes em toda a Europa de que os Neandertais ocasionalmente se envolveram com o canibalismo”.
A descoberta que os neandertais tornaram-se canibais não é de hoje, porém, com o novo estudo, os especialistas esperam se aproximar das razões que levaram esses primatas a adotarem a prática. Até então, não há consenso entre os especialistas se o canibalismo foi uma prática ritualística, realizada em funerais, ou, se foi por uma questão de necessidade durante o período.
De acordo com o novo estudo, os pesquisadores acreditam que o “canibalismo destacado em Baume Moula Guercy não é uma marca de bestialidade ou sub-humanidade”. Segundo os autores, os dados coletados por eles indicam que o episódio foi motivado pela sobrevivência dos primatas, que tentavam se adaptar às mudanças climáticas.
Fonte: Revista Galileu
