Grande Mancha de Júpiter ainda desperta a curiosidade de pesquisadores

Grande Mancha Vermelha de Júpiter também tem monóxido de carbono (Foto: NASA/JPL-CALTECH/SWRI/GERALD EICHSTADT/JUSTIN COWART)

GRANDE MANCHA VERMELHA DE JÚPITER (FOTO: NASA/JPL-CALTECH/SWRI/GERALD EICHSTADT/JUSTIN COWART)

A Grande Mancha Vermelha, uma tempestade maior que a Terra e poderosa o suficiente para destruir tempestades menores que entram nela, é uma das características mais marcantes da atmosfera de Júpiter e de todo o Sistema Solar. A tempestade que se move em sentido anti-horário, um anticiclone, tem ventos de até 482 quilômetro por hora. Essa característica, observada desde 1830 e talvez desde 1660, há tempos exerce fascínio e é objeto de estudos científicos.

Muito sobre a Grande Mancha Vermelha ainda é desconhecido, inclusive quando e como foi formada, o que dá a ela a cor vermelha e por que persiste por mais tempo do que outras observadas na atmosfera de Júpiter. No entanto, astrônomos acreditam que a posição latitudinal dela, a 22 graus ao Sul do equador do planetas, está relacionada aos cinturões de nuvens proeminentes na atmosfera planetária.

Ao contrário de Júpiter, a Terra tem massas de terra que fazem grandes tempestades perderem energia por causa da fricção com uma superfície sólida. Como Júpiter não tem tal característica, suas tempestades duram mais. Mas a Grande Mancha Vermelha dura muito, até para os padrões de Júpiter. Pesquisadores não sabem exatamente o porquê, mas sabem que as tempestades no planeta localizadas em cinturões de nuvens com a mesma direção da rotação tendem a durar mais.

A Grande Mancha Vermelha está confinada a um jato de vento Leste ao Norte e a um jato de vento Oeste ao Sul, confinando-a a uma latitude constante. Em termos de longitude, porém, passou por mudanças ao longo do tempo. Outras mudanças foram observadas no tamanho, formato e cor. Uma análise de dados históricos e recém obtidos sobre a tempestade mostra que ela está diminuindo, ficando mais alta e mais redonda, e com variações de cor ao longo do tempo.

O que causou essas mudanças e o que significam para o futuro da Grande Mancha Vermelha? Os pesquisadores não sabem. No entanto, espera-se que a nave espacial Juno, da NASA, que atualmente está orbitando o planeta e coletando dados sobre a atmosfera, possa trazer novas informações sobre os cinturões de nuvem e da Grande Mancha Vermelha.

Fonte: Revista Galileu – The Conversation