Ver um eclipse solar – como o que poderá ser observado nesta terça, dia 2 de julho, de forma parcial em alguns Estados do Brasil e total em regiões de países como Argentina e Chile – é sempre uma experiência especial.
As espetaculares imagens da lua interpondo-se entre a Terra e o Sol, e deixando tudo às escuras, falam por si.
Mas se você não puder testemunhá-las agora – ou se conseguir, mas ainda assim quiser repetir a experiência -, pode haver outras oportunidades.
Um eclipse solar total é raro, e só é visível a partir de um mesmo lugar (como uma cidade) a cada 375 anos, em média.
Mas, de forma geral, esses fenômenos ocorrem em algum ponto da Terra aproximadamente a cada 18 meses.
Saiba a seguir quais são os próximos eclipses previstos – começando com o desta terça-feira – e de que tipo eles serão nos países da América Latina, segundo a Nasa, a agência espacial americana.
02 de julho de 2019
Um mapa no site da Nasa mostra os países e Estados que estão na rota do eclipse desta terça, assim como os horário de início, auge e fim do fenômeno.
Ele será total em uma faixa que começa no Oceano Pacífico Sul e segue em direção à América do Sul, até alcançar o norte do Chile e da Argentina. Em Buenos Aires, ele será “quase” total, e terá seu auge por volta das 17h42 locais.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o início do eclipse parcial é previsto para 17 horas, o auge as 17h54 e o fim às 18h44. Em Porto Alegre, no Sul do país, o auge do eclipse parcial será às 17h50, segundo o mapa. Já em algumas cidades do Nordeste, como Recife, Maceió e Natal, a agência informa que o fenômeno não será visível.
14 de dezembro de 2020
Chile e Argentina voltarão a testemunhar eclipses solares no dia 14 de dezembro de 2020. A faixa em que o eclipse será total no continente passará pelas regiões de La Araucanía e Los Ríos no Chile, bem como pela zona central das províncias argentinas de Neuquén e Río Negro.
O fenômeno também será visto parcialmente nos demais territórios da Argentina e do Chile, e ainda em Bolívia, Paraguai e Uruguai, e partes do Brasil, Equador e Peru.
Mas no Chile, o eclipse total de 2020 terá um significado especial. Segundo Juan Carlos Beamín, astrofísico do Centro de Comunicação de Ciências da Universidade Autônoma do Chile, será a primeira vez desde o século 15 que o eclipse total será visto em La Araucanía, berço da cultura indígena mapuche, “onde a observação das estrelas e sua influência na vida cotidiana deram origem a uma rica cosmogonia”.
“Dada a importância do Sol como a principal divindade, o fato de ele perder sua força e ser eclipsado gerava muito medo. Especialmente as machis (mulheres líderes espirituais mapuches) se concentram em fazer orações, para poder atenuar qualquer efeito negativo”, explica o astrofísico.
“A sensação de medo durava vários dias, até semanas, depois do eclipse e também das súplicas a respeito”, acrescenta Beamín.
14 de outubro de 2023
Muitos na América Latina terão que esperar até 14 de outubro de 2023 para ver um eclipse solar que, para alguns privilegiados, será anular.
Nesse tipo de eclipse parcial, a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o disco da nossa estrela – é possível ver um círculo de luz ao redor da Lua, como um anel de luz solar, na fase principal do evento. O espetáculo é diferente do eclipse total, mas também muito atraente.
Assim como há uma faixa de totalidade, há uma faixa de anularidade, que neste caso cobrirá partes dos Estados Unidos, México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Brasil.
Entre as muitas cidades nesta faixa, estarão Albuquerque e San Antonio nos Estados Unidos, Campeche e Chetumal na península de Yucatán, no México, Cali na Colômbia e João Pessoa, a capital do Estado da Paraíba, no Brasil.
Todos os países do continente americano, porém, poderão ver este eclipse ao menos de forma parcial.
De 2024 até 2040
Se nenhuma das datas anteriores servir para você ou se você quiser planejar com (muita) antecipação, aqui está um calendário que vai além dos dois eventos já mencionados até 2040 e onde figuram apenas eclipses solares totais.
Fonte: “Astronomia Ilustrada” de Juan Carlos Beamín – BBC