O último rinoceronte de Sumatra da Malásia (Dicerorhinus sumatrensis) morreu no sábado, 23 de novembro. Com o nome de Iman, a fêmea era o último indivíduo da espécie — agora são menos de 80 que permanecem em estado selvagem, de acordo com a International Rhino Fundation, organização que atua na proteção de rinocerontes.
A morte de Iman, aos 25 anos, marca a extinção da espécie na Malásia. Há seis meses, o país perdeu o último macho, chamado Tam, que morreu de falência de órgãos quando tinha quase 30 anos. As últimas populações selvagens conhecidas de rinocerontes de Sumatra estão concentradas na Indonésia.
O material genético de Iman e Tam foi salvo e pesquisadores esperam que, com a ajuda da tecnologia, eles possam converter células em embriões viáveis que poderão ser transplantados em rinocerontes substitutos.
Iman foi capturada em 2014 e levada para um programa de reprodução. Ela sofria com tumores nas paredes de seu útero que, apesar de não serem malignos, ficaram cada vez maiores e se espalharam pela bexiga — o que fazia o animal sentir bastante dor. Segundo o jornal Sabah News Today, o risco de perda de sangue após uma cirurgia era muito grande para os veterinários tentarem reverter a situação.
O rinoceronte morreu de choque, ou seja, quando os órgãos não recebem fluxo sanguíneo suficiente e param de funcionar. No momento de sua morte, Iman pesava 476 kg — tendo perdido 44 kg nos últimos meses devido a sua doença.
Os rinocerontes de Sumatra foram vítimas da caça furtiva para alimentar o comércio ilegal de chifres nos mercados asiáticos. Com isso, a espécie é provavelmente o mamífero mais ameaçado do planeta, com declínios de mais de 70% nos últimos 20 anos.
Fonte: Revista Galileu