O vulcão Taal, nas Filipinas, começou a expelir lava nesta segunda-feira (13/01), e as autoridades alertaram para “mais atividades vulcânicas” nas próximas horas e dias. Espera-se que centenas de milhares de pessoas sejam afetadas.
Na noite de domingo, o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia (Phivolcs) registrou pelo menos 75 terremotos vulcânicos causados pelo vulcão, localizado na província de Batangas, 65 quilômetros ao sul da capital filipina, Manila.
Milhares de turistas visitam o Taal todos os anos, e alguns fazem excursões à sua cratera, parcialmente inundada e onde é comum se ver pequenos traços de fumaça. Ele faz parte de uma cadeia vulcânica que se estende pela região oeste da ilha de Luzon.
Na segunda-feira, um homem morreu na cidade de Calamba, ao sul de Manila, depois que o caminhão que ele dirigia capotou em condições de baixa visibilidade causadas por cinzas vulcânicas pesadas, conforme informações da polícia. Três passageiros também ficaram feridos no acidente, que aconteceu depois que o motorista perdeu o controle do carro ao fazer uma curva acentuada.
A repórter da DW Ana Santos informou dos arredores de Tagaytay que o tom das nuvens de cinza passaram de branco a cinza e preto, afirmando que o vulcão “é como uma panela de pressão, que pode explodir a qualquer momento”.
Mais de 16 mil pessoas foram retiradas das áreas próximas a Manila na segunda-feira. Máscaras com que as pessoas se protegem das cinzas estão esgotadas no comércio da cidade. O aeroporto internacional de Manila também fechou, cancelando mais de 500 voos. No entanto, há previsão de que algumas aeronaves possam decolar no final do dia.
As autoridades estimaram que pelo menos 200 mil moradores poderiam ser forçados a fugir se a situação piorar e disseram que é possível que ainda possa haver uma “erupção explosiva perigosa” dentro de horas ou dias.
Pelo menos 8 mil pessoas também foram retiradas de áreas de alto risco ao sul de Manila no domingo, quando o vulcão começou a expelir nuvens de cinzas e pedras. A maioria dos moradores de pequenas vilas e fazendas foi encaminhada para abrigos especiais.
“Temos um problema, nosso povo está entrando em pânico devido ao vulcão, porque quer salvar seus meios de subsistência, seus porcos e rebanhos de vacas”, disse o prefeito Wilson Maralit, da cidade de Balete, à rádio DZMM. “Estamos tentando impedi-los de voltar, alertando que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los.”
Cinzas cobriram grande parte da área circundante e chegaram até a província de Cavite, diretamente ao sul de Manila.
A nuvem de cinzas atingiu uma altura de 10 a 15 quilômetros na noite de domingo, quando as autoridades determinaram a suspensão de todos os voos chegando e partindo do aeroporto internacional de Manila. Cinzas cobriram as pistas.
Autoridades regionais cancelaram as aulas em escolas nesta segunda-feira e orientaram moradores a ficarem em casa.
O instituto Phivolcs alertou os cidadãos e turistas a ficarem atentos à possibilidade de um tsunami vulcânico e matéria vulcânica atingirem os arredores do lago Taal. A área é considerada um destino turístico popular de fim de semana.
O Taal é um dos vulcões mais ativos das Filipinas, embora não tenha ocorrido uma grande erupção desde 1977. Uma grande erupção em 1911 matou 1.335 pessoas. Em 1965, outra erupção deixou 200 mortos.
“O Taal é um vulcão muito pequeno, mas perigoso”, disse Renato Solidum, chefe do Phivolcs, à agência de notícias Reuters. “É único, porque é um vulcão dentro de um vulcão.”
O vulcão é um das cerca de duas dúzias de vulcões ativos nas Filipinas, que é um dos países com os maiores riscos de desastres naturais do mundo. No final do ano passado, no período de Natal, um tufão causou danos generalizados e várias mortes.
Fonte: Deutsche Welle