Crise do coronavírus deve levar a redução recorde de emissões de CO2

Devido a um recuo sem precedentes na demanda por carvão, petróleo e gás natural, a pandemia de covid-19 deve provocar uma queda recorde de 8% nas emissões de C02 relacionadas à geração de energia em 2020, as quais devem alcançar seu menor nível em uma década, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA) nesta quinta-feira. Se a previsão se concretizar, será a maior queda anual já registrada, mais de seis vezes maior que a de 2009, em decorrência da crise financeira global.

A IEA fez a projeção com base na análise da demanda por energia elétrica durante mais de 100 dias, durante os quais grande parte do mundo adotou medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia.

Segundo a previsão da agência, a demanda global por energia deve cair 6% em 2020, sete vezes mais que durante a crise financeira global e maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo a IEA, isso seria o equivalente a perder toda a demanda da Índia, a terceira maior consumidora de energia elétrica do mundo. Nos EUA, a demanda deve cair 9%, e na União Europeia, 11%.

Com o consumo caindo, a IEA disse ter notado uma grande mudança em direção a fontes de energia de baixa emissão, como eólica e solar, que devem ser responsáveis por 40% da geração de energia global neste ano, seis pontos percentuais a mais que o carvão.

A ONU afirma que as emissões de CO2 precisam cair 7,6% ao ano até 2030 para que o aquecimento global seja limitado a 1,5 grau Celsius, meta estabelecido pelo Acordo de PAris.

Fonte: Deutsche Welle