Segundo estudo britânico, é possível que o nível do mar suba até 1 metro até o fim do século se o ritmo de degelo atual continuar
Uma pesquisa realizada pelas universidades de Leeds e de Edimburgo, além da Universidade College London, todas no Reino Unido, constatou que 28 trilhões de toneladas de gelo desapareceram da superfície da Terra desde 1994. O artigo foi publicado este mês na revista Cryosphere Discussions.
Com imagens de satélite, os cientistas viram que o derretimento de geleiras e mantos pelo mundo pode fazer com que o nível do mar suba drasticamente, podendo chegar 1 metro a mais até o final do século. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o professor Andy Shepherd, diretor do Centro para Observação Polar e Modelagem da Universidade de Leeds, disse que cada centímetro de elevação do nível do mar implica o deslocamento de milhões de pessaos que vivem em regiões mais baixas em relação ao nível do mar.
As descobertas foram feitas uma semana depois que pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, constataram que a camada de gelo da Groenlândia, a maior do mundo, pode ter passado de um ponto sem retorno. A queda de neve que repõe as geleiras por lá anualmente não consegue mais acompanhar o ritmo do degelo, o que significa que a ilha continuará perdendo gelo mesmo que as temperaturas globais parem de subir.
Nesse ritmo, as consequências serão graves para a saúde biológica dos oceanos — com litros e mais litros de água doce sendo despejados — e a redução da capacidade do planeta de refletir a radiação solar de volta ao espaço. O mar e o solo abaixo desse gelo também estão absorvendo mais calor, aumentando ainda mais o aquecimento do planeta.
Mesmo com os avisos dos cientistas ao longo dos anos, as emissões que contribuem para o aumento das temperaturas globais não pararam de subir. De acordo com o Met Office, serviço de meteorologia do Reino Unido, houve um aumento de 0,14°C nas temperaturas globais entre as décadas de 1980 e 1990, e de 0,2°C em cada década seguinte. Essa taxa vai continuar crescendo, em cerca de 0,3ºC por década, à medida que as emissões de carbono continuarem sem controle.
Fonte: Revista Galileu