- Os eventos climáticos e meteorológicos extremos aumentaram em frequência, intensidade e gravidade como resultado da mudança climática, atingindo comunidades vulneráveis de forma desproporcional, revelou um novo relatório da ONU, que pede um maior investimento em sistemas eficazes de alerta precoce.
- “Os sistemas de alerta precoce constituem um pré-requisito para a redução eficaz do risco de desastres e adaptação às mudanças climáticas. Estar preparado e ser capaz de reagir na hora certa, no lugar certo, pode salvar muitas vidas e proteger os meios de subsistência de comunidades em todos os lugares”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), no prefácio do relatório.
Os eventos climáticos e meteorológicos extremos aumentaram em frequência, intensidade e gravidade como resultado da mudança climática, atingindo comunidades vulneráveis de forma desproporcional, revelou um novo relatório da ONU, que pede um maior investimento em sistemas eficazes de alerta precoce.
O Relatório sobre o Estado dos Serviços Climáticos 2020: Mudança de Alertas Antecipados para Ação Antecipada, divulgado nesta terça-feira (13) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, destacou a necessidade de previsões baseadas em impactos — uma evolução na percepção de “como estará o clima” para “o que o clima poderá fazer”, com o objetivo de permitir que pessoas e empresas possam agir com antecedência, com base nos alertas.
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“Os sistemas de alerta precoce constituem um pré-requisito para a redução eficaz do risco de desastres e adaptação às mudanças climáticas. Estar preparado e ser capaz de reagir na hora certa, no lugar certo, pode salvar muitas vidas e proteger os meios de subsistência de comunidades em todos os lugares”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, no prefácio do relatório.
Ele também destacou que, embora possa levar anos para se recuperar das perdas humanas e econômicas da pandemia de COVID-19, é crucial lembrar que as mudanças climáticas continuarão a representar uma ameaça contínua e crescente para vidas humanas, ecossistemas, economias e sociedades nos séculos vindouros.
“A recuperação da pandemia de COVID-19 é uma oportunidade para avançar em um caminho mais sustentável em direção à resiliência e adaptação à luz da mudança climática antropogênica”, acrescentou Taalas.
Desafios de pequenas ilhas e países em desenvolvimento
Globalmente, nos últimos 50 anos, cerca de 11 mil desastres relacionados ao clima custaram mais de 2 milhões de vidas e 3,6 trilhões de dólares à economia mundial, de acordo com a OMM.
Só em 2018, tempestades, inundações, secas e incêndios florestais deixaram cerca de 108 milhões de pessoas necessitando de assistência humanitária internacional.
Em 2030, esse número pode aumentar quase 50%, para um custo de cerca de 20 bilhões de dólares por ano. Apesar dos números alarmantes, uma em cada três pessoas ainda não está adequadamente coberta por sistemas de alerta precoce.
Comunidades africanas, de países menos desenvolvidos e de pequenos Estados insulares em desenvolvimento são mais afetados, acrescentou a agência da ONU, citando desafios como a fraca disseminação dos alertas, redes de observação inadequadas e capacidade insuficiente para traduzir o alerta precoce em ação antecipada.
Tornando os sistemas de alerta precoce mais eficazes
O relatório descreve seis recomendações principais para melhorar a implementação e eficácia dos sistemas de alerta precoce, globalmente:
- Investir para preencher as lacunas de capacidade dos sistemas de alerta precoce, particularmente em países africanos menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento;
- Concentrar o investimento na transformação de informações de alerta precoce em ação antecipada;
- Garantir o financiamento sustentável do sistema de observação global que sustenta os alertas precoces;
- Acompanhar os fluxos financeiros para melhorar a compreensão de onde esses recursos estão sendo alocados em relação às necessidades de implementação de sistemas de alerta precoce e que impacto isso está tendo;
- Desenvolver mais consistência no monitoramento e avaliação para determinar melhor a eficácia dos sistemas de alerta precoce;
- Preencher lacunas de dados, especialmente em pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Fonte: ONU