Cientistas da Itália identificaram, pela primeira vez, a presença de microplásticos na placenta de mulheres grávidas. A descoberta, que sairá na edição de janeiro da revista científica “Environment International”, teve sua publicação antecipada na internet.
Os microplásticos são pequenos resíduos que vêm dos mais diversos produtos de plástico. Eles podem ser de vários tamanhos. Às vezes são tão pequenos que podem ser invisíveis a olho nu.
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Segundo o estudo, ao menos 12 partículas microscópicas de plástico foram encontradas nas placentas de quatro mulheres saudáveis que tiveram gestações e partos normais. Os cientistas alertam para as consequências dessa descoberta.
“Uma vez que o papel da placenta é crucial no desenvolvimento do feto, a presença de materiais potencialmente nocivos é um motivo de grande preocupação”, disse o estudo.
O impacto dos microplásticos na saúde do corpo humano ainda não é conhecido, mas os pesquisadores da Universidade Politécnica de Marche, no nordeste da Itália, disseram que, a longo prazo, eles podem ser responsáveis pela má-formação dos fetos.
“Mais estudos precisam ser feitos para que se entenda se os microplásticos encontrados em placentas podem acionar alguma resposta imunológica ou provocar a liberação de toxinas, o que pode ser nocivo durante uma gestação”, escreveram os pesquisadores.
De acordo com a publicação, as partículas microscópicas encontradas nas placentas eram de um material plástico colorido. Elas podem ter vindo de embalagens, cosméticos ou produtos de higiene pessoal consumidos pelas mães.
Riscos à saúde
Cada vez mais estudos científicos identificam a presença de microplásticos no ambiente – até mesmo na água potável, tanto na engarrafada quanto na água de torneira, mas pouco ainda se sabe sobre seus impactos à saúde humana
Embora ainda não seja necessário fazer um monitoramento de rotina para a presença de microplásticos na água, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há pelo menos três potenciais riscos à saúde humana, pois essas partículas são:
- Um perigo físico para o corpo, pois representam um “corpo estranho” e não fazem parte da alimentação humana normal;
- Um perigo químico, pois os produtos de plástico contêm elementos químicos que podem ser tóxicos;
- Um perigo biológico, pois essas partículas podem reter e acumular micro-organismos que fazem mal ao ser humano, como bactérias e fungos, por exemplo.
Fonte: G1