Animais com pescoços longos não são tão estranhos para nós e estão espalhados por diferentes famílias. Entre os mamíferos, nós temos as girafas e também conhecemos algumas aves, como avestruzes e emas. Porém, entre os répteis essa é uma característica que não costuma ser muito encontrada.
Por conta disso, uma espécie específica do período Triássico chamada Tanystropheus vem intrigando os paleontólogos há pelo menos 170 anos. O réptil ancestral possuía um pescoço gigantesco e, além disso, com ossos extremamente longos, o que gerava muitas dúvidas sobre como ele fazia para viver, se alimentar, se proteger de predadores, entre outras coisas.
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Contudo, com o uso de tecnologias como tomografias computadorizadas, cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, e do Museu de Campo de Chicago, nos Estados Unidos, conseguiram decifrar alguns desses enigmas.
A partir de um crânio esmagado e mais uma série de fragmentos de outros ossos, os pesquisadores perceberam estar diante de duas espécies diferentes, que foram denominadas como Tanystropheushydroides e Tanystropheuslongobardicus, sendo que este segundo se tratava da espécie tida como a original.
“A partir de um crânio fortemente esmagado, fomos capazes de reconstruir um crânio 3D quase completo, revelando detalhes morfológicos cruciais”, declarou o especialista em evolução de répteis do Triássico na Universidade de Zurique, Stephan Spiekman.
Crocodilo ‘pescoçudo’?
Com tudo organizado e todos os fragmentos de ossos montados como em um quebra-cabeças, os pesquisadores descobriram que, provavelmente, o animal se sentia muito confortável na água. A conclusão se deu por conta do crânio com narinas empoleiradas, muito similares ao encontrado no focinho dos crocodilos modernos.
Com essa arquitetura craniana, acredita-se que os Tanystropheus eram predadores muito habilidosos em fazer emboscadas e manter os pulmões cheios de ar enquanto aguardavam a passagem de suas refeições.
As presas dão a entender que eram uma armadilha eficiente para caçar camarões, no caso dos animais menores, e peixes e lulas, quando se trata dos maiores. Isso surpreendeu bastante os pesquisadores, já que, em geral, animais de pescoço longo usam esse órgão para pegar folhas no alto de árvores.
Portanto, concluem os cientistas, apesar de ainda existirem muitas dúvidas sobre os Tanystropheus, é possível imaginá-los como animais muito parecidos com crocodilos, mas com o pescoço tão grande quanto o de uma girafa, que passava seus dias com a boca entreaberta aguardando uma presa desavisada passar por ali para atacar.
Fonte: Olhar Digital