Mais de 35 mil médicos da família na Alemanha começam nesta terça-feira (06/04) a vacinar pacientes contra a covid-19 em seus consultórios. A ação deve ser um impulso na campanha de vacinação no país, que vem sendo criticada pela lentidão.
A vacinação na Alemanha começou há mais de três meses e, até sexta-feira, apenas cerca de 12% da população havia recebido ao menos uma dose de imunizantes contra o coronavírus, de acordo com dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Desde o final de dezembro, os imunizantes estão sendo aplicados, sobretudo, em 430 postos de vacinação em todo país.
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Diferentemente do Brasil e de outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, não há vacinação em esquemas de drive-thru ou convocação dos pacientes por idade: é necessário agendar um horário e, somente depois, se dirigir a um centro de vacinação.
Alguns consultórios já começaram a aplicar as vacinas nesta terça-feira. Outros, porém, ainda aguardam a chegada dos imunizantes.
No entanto, apesar do otimismo com a nova etapa, ela também iniciará de forma mais lenta. Na primeira semana, os consultórios receberão apenas um total de 940 mil doses – o equivalente a cerca de 26 doses por consultório.
Na semana de 26 de abril, porém, a previsão é que os médicos da família passem a receber três milhões de doses por semana – o que representa um montante maior do que o destinado a postos de vacinação.
Os médicos da família também devem seguir a ordem dos grupos prioritários estabelecidos pelo governo federal, começando pelos idosos e pessoas com comorbidades. De acordo com o Ministério da Saúde, não há uma central nacional para convocar os pacientes a se vacinarem: cada consultório tem liberdade para agendar as vacinas, por exemplo, por telefone ou internet. Alguns estão solicitando que os pacientes entre em contato para demonstrar interesse em se vacinar.
O modelo já estava sendo testado em projetos-pilotos há algum tempo. Na Baviera, por exemplo, a vacinação começou em 1.635 clínicas na semana passada.
Começo apenas com vacinas da Pfizer-BioNTech
De acordo com o ministro da Saúde, Jens Spahn, nas duas primeiras semanas de abril, será utilizada apenas a vacina da Pfizer-BioNTech. A partir da semana do dia 19 de abril, os consultórios também vão receber a vacina da AstraZeneca e da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, que é a única aplicada em apenas uma dose.
Na Alemanha, a orientação da Comissão Permanente de Vacinação (Stiko, na sigla em alemão) é que a vacina da AstraZenecaseja aplicada apenas em pessoas com mais de 60 anos, pelo risco de um tipo raro de trombose cerebral. Por essa razão, o presidente da Associação dos Médicos de Família, Ulrich Weigeldt, solicitou mais informações sobre os efeitos colaterais.
“A vacinação não deve ser um teste de coragem, nem para o paciente nem para o médico”, disse Weigeldt ao jornal Bild.
Segundo ele, os médicos conhecem bem seus pacientes e, com mais informações sobre os efeitos do imunizante, poderiam avaliar a possibilidade de utilizá-lo com segurança, também, em pessoas com menos de 60 anos.
Nesta terça-feira, o responsável por estratégia de vacinas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), farmacologista Marco Cavaleri, afirmou quehá um vínculo claroentre o uso da vacina da AstraZeneca e casos muito raros de trombose.
“Na minha opinião agora podemos dizer que está claro que há uma associação com a vacina. Porém não sabemos o que causa essa reação”, declarou Cavaleri ao jornal italiano Il Messaggero.
Fonte: Deutsche Welle