Um grupo de pesquisadores da Universidade de Kent, no Reino Unido, descobriu evidências sobre um meteorito que explodiu na região da Antártida há 430 mil anos.
Liderados pelo professor Matthias van Ginneken, os cientistas encontraram as evidências necessárias após coletar materiais no cume do monte Walnumfjellet, que fica na região de Queen Maud Land, no leste da Antártida.
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De acordo com o estudo, o asteroide de até 100 metros de diâmetro teria explodido em pleno ar antes de entrar em contato com o solo — algo relativamente comum, mas que deixa poucos traços. O evento teria sido de “médio impacto”, sem qualquer presença humana, mas provavelmente assustando a fauna local.
Encontrando pistas
A pesquisa de van Ginneken envolveu analisar a composição química de rochas encontradas na região, possivelmente resultantes da explosão do meteorito.
As partículas coletadas têm entre 100 e 300 micrômetros e possuem uma alta quantidade de níquel, o que é comum em corpos celestes que caem na Terra, além de um isótopo de oxigênio da região, sugerindo contato com o gelo da região. Essa mistura não é comum nem aos materiais nativos do solo nem em asteroides que colidem com a Terra, indicando que o sedimento foi formado por um processo de explosão em pleno ar.
Entretanto, nem todas as respostas foram encontradas: ainda não se sabe o motivo de o asteroide ter explodido ao cair em vez de deixar uma cratera no solo. Eventos do tipo acontecem quando a pedra, que está em alta temperatura, tinha rachaduras em sua composição, não suporta a alta pressão ao entrar na atmosfera e é vaporizada. Os destroços se espalham sem grandes danos à terra.
Esse fenômeno de explosão é tido como provável explicação para o que aconteceu na região de Tunguska, na Sibéria, em 1908, quando um meteoro devastou a floresta local.
As conclusões do estudo ainda sugerem que impactos de médio porte como esse deve ser melhor estudados, inclusive para preparar o planeta para eventuais quedas do tipo. Metodologias similares também podem ser aplicadas para detectar quedas de asteroides em outros pontos do planeta tão antigas quanto a agora registrada.
Fonte: Tecmundo