Uma startup europeia está trabalhando no aperfeiçoamento de uma tecnologia capaz de produzir oxigênio a partir de elementos encontrados no solo lunar. O objetivo é criar um equipamento que seja usado em uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA), programada para 2025.
A Space Application Services (SAS), que tem base na Bélgica, está construindo três reatores experimentais sob um contrato com a ESA, que foi anunciado na última quarta-feira (12). Os reatores serão usados para ajustar todo o processo de produção de oxigênio e serão testados na Lua como parte da Missão de Demonstração de Utilização de Recursos in situ (ISRU).
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A máquina usará o processo FCC Cambridge, que foi desenvolvido originalmente no fim da década de 1990 para extração direta de titânio do óxido de titânio, que é encontrado na natureza nos minerais rutilo e anatase. O método foi criado por três professores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e usa eletrólise para separar o metal puro do minério.
Na Lua, a técnica será usada para dividir o regolito lunar, que consiste em até 45% de oxigênio, ligas metálicas e oxigênio puro. No processo, o regolito lunar é usado como um cátodo, o eletrodo através do qual a corrente elétrica entra em uma célula eletrolítica, liberando oxigênio.
Levar oxigênio aqui da Terra para a Lua funciona bem para viagens de curta duração ou missões que permitem um reabastecimento facilitado de suprimentos. Contudo, a possibilidade de produzir oxigênio localmente será a chave para a presença humana de longo prazo no nosso satélite natural e em outros corpos celestes, segundo a empresa.
Sem desperdício
Nem mesmo as ligas metálicas que sobram do processo são desperdiçadas, uma vez que no futuro elas poderão ser usadas para fabricar uma base lunar ou uma estação em Marte com tecnologia de impressão 3D.
Além do FCC Cambridge, a SAS estuda a utilização de outro método para produção de oxigênio fora da Terra, que consiste na redução da ilmenita com hidrogênio. A ilmenita é um minério rico em titânio que pode ser encontrado em algumas áreas da Lua. Essa técnica consiste em “assar” o regolito em um recipiente fechado com a presença de hidrogênio, o que forma vapor d’água, que pode ser dividido em oxigênio e hidrogênio.
Além do uso do oxigênio para sustentação da tripulação, o hidrogênio pode servir de combustível para que as missões se aventurem mais fundo no sistema solar. A SAS terminou recentemente a fase inicial do conceito do equipamento que será usado em 2025.
A ISRU será a primeira missão da ESA que será realizada com todos os serviços prestados por fornecedores comerciais, indo desde a comunicação até os serviços necessários para operar a missão, passando até mesmo pelo transporte.
Fonte: Olhar Digital