Neste segundo semestre, o Amazonas registra um aumento nos alertas de queimadas, principalmente no Sul do estado, e entra em situação de emergência ambiental. Para combater crimes ambientais, o governo anunciou uma força-tarefa nesta segunda-feira (16). Ao todo, 12 municípios serão apoiados, mas Lábrea, Apuí e Boca do Acre possuem prioridade.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os focos de calor por satélite, somente até o dia 14 deste mês foram registrados 4.167 focos queimadas em todo o Amazonas. O número é maior que o registrado em julho, que foi de 1.173 focos de calor.
“Temos acompanhado diariamente todas as informações dos alertas, tanto do desmatamento, quanto de queimadas. Como estamos entrando em um período de seca, por causa do verão amazônico, há um aumento de alertas de queimadas, em especial concentrado no Sul do Estado”, afirmou Eduardo Costa Taveira, secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Uma força-tarefa foi anunciada pelo governo do Amazonas nesta segunda-feira. Foi informado o investimento de mais de R$ 615 mil em novos equipamentos para estruturar brigadas no sul do estado, além da ampliação de efetivo e novas tecnologias para a Operação Tamoiatatá, reforçando o combate ao desmatamento e queimadas ilegais no Amazonas.
Segundo o secretário, ao todo, serão 12 municípios apoiados na segunda fase da Operação Tamoitatá. Desse total, Lábrea, Apuí e Boca do Acre terão prioridade.
“Terão um foco especial. Por sinal são os três municípios que estão aumentando o número de focos de calor”.
Dados do Inpe mostram que Lábrea lidera a lista de toda a Amazônia Legal. O município, que fica no extremo sul do Amazonas e na fronteira com o estado de Rondônia, acumula 1.397 casos.
Apuí, na fronteira com o Mato Grosso, vem na quarta posição no ranking dos municípios que mais registram queimadas. A cidade tem 1.248 focos no acumulado do ano.
“Estamos em situação de emergência ambiental. Temos um comitê permanente que o ano todo avalia essas questões, os locais onde há maior incidência. Hoje, estamos inaugurando a segunda etapa da operação, alinhando o trabalho de agentes, brigadistas e tecnologia para identificar esses focos de desmatamento e de queimadas”, informou o governador do Amazonas, Wilson Lima.
Nessa força tarefa, foi entregue mais de 4,6 mil itens operacionais e equipamentos que vão auxiliar o trabalho em campo de equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do Estado, Sema e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), além de brigadistas capacitados pelo Governo do Estado.
O diretor do Ipaam, Juliano Valente, anunciou uma ferramenta que faz parte de um programa. Segundo ele, a ferramenta possui 130 satélites de alta resolução que permite monitorar e acompanhar detalhes de uma determinada área. Todas as informações serão compartilhadas com o Ministério da Justiça em tempo real.
“Serve para identificar o desmatamento ilegal, focos de queimada, rompimento de barragem, área de mineração irregulares, garimpos, pistas clandestinas, fraudes florestais e entre outros. Essa plataforma favorece dados, por meio da inteligência, levanta informações da montagem dos alvos”.
Operação Tamoiotatá
Lançada em abril de 2021, a operação já embargou um total de 5.715 hectares de área desmatada de forma irregular no sul do Amazonas, o equivalente a cerca de oito mil campos de futebol. Os crimes ambientais resultaram em R$ 31,1 milhões aplicados em autos de infração.
Reforço de efetivo
A força-tarefa da Operação Tamoiotatá passará a contar com 312 pessoas para fortalecer o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, entre 137 servidores do Estado e 175 brigadistas florestais capacitados pelo governo.
Do total, 200 ficarão divididos em três bases, localizadas em Apuí, Humaitá e Lábrea (a 453, 590 e 702 quilômetros de Manaus, respectivamente), ampliando a cobertura contra a degradação ambiental na região sul do Amazonas, considerada de maior vulnerabilidade no estado para crimes contra o meio ambiente relacionados à grilagem, uso irregular de terras, extração ilegal de madeira e garimpo.
Fonte: G1