No dia 15 de janeiro de 2021, o vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai entrou em erupção a 65 km da capital de Tonga, um arquipélogo na Oceanina. A explosão subaquática causou maremotos devastadores e deixou vários países em alerta para tsunamis — além de liberar uma nuvem de fumaça no ar, acendendo debates sobre os efeitos do fenômeno nas mudanças climáticas.
Segundo um novo estudo da Academia Chinesa de Ciências (CAS na sigla em inglês), depois da erupção no Tonga, a concentração de dióxido de carbono (CO2) no ar da região dobrou. O time de pesquisadores do Instituto Hefei de Ciencias Físicas analisou a concentração de gases de efeito estufa antes e depois do vulcão entrar em erupção, usando dados da Australia e Nova Zelândia, comparando os números registrados no mês de janeiro dos anos 2019, 2020 e 2022.
Em janeiro deste ano, a concentração de CO2 nas proximidades do vulcão atingiram a marca de 414 partes por milhão (ppm). Antes do fenômeno, esse número era de 412 ppm, e um aumento de 2 ppm equivale a um ano inteiro de emissão de dióxido de carbono em todo o planeta. “Toneladas de CO2 ficaram no ar depois da erupção”, afirma Ye Hannan, colaborador da pesquisa, em comunicado. “O acumulado se dá apenas pelo vazamento de gás e a erupção em si”.
A pesquisa também constatou que, antes da erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, a flutuação da concentração atmosférica de CO2 no Hemisfério Sul crescia de forma estável em cerca de 2 ppm por ano.
Os dados foram colhidos pelo instrumento de monitoração de gases do efeito estufa (GMI na sigla em inglês) usando dois satélites para monitorar a concentração de CO2 e metano (CH4) na atmosfera. Segundo a CAS, o GMI continuará a ser usado para monitorar atividades vulcânicas e o impacto delas no meio ambiente.
Fonte: Galileu