Muitas vezes causadas pelos seres humanos as mudanças climáticas estão prejudicando nosso planeta e isso não é mais uma novidade. Com alterações em nossa fauna e flora, o que mais preocupa os cientistas é a influência dessas mudanças em fenômenos climáticos como os ciclones tropicais, uma grande perturbação na atmosfera terrestre.
Sendo um dos eventos climáticos mais raros e destrutivos do mundo, ele quase nunca atinge o solo terrestre. Geralmente, de 80 a 100 ciclones tropicais são formados todos os anos. Contudo, para prever se a ocorrência de ciclones será afetada pelas mudanças climáticas, pesquisadores de Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e Países Baixos resolveram combinar dados históricos com modelos climáticos globais para gerar centenas de milhares de ciclones tropicais simulados pelo computador.
Assim, eles conseguiram prever algumas mudanças relacionadas a esse fenômeno destrutivo, que carece de registros históricos globais precisos. Ademais, o estudo publicado no periódico Science Advances conseguiu estimar os locais mais propensos a terem um ciclone tropical e projetou um aumento de 20% na velocidade máxima dos ventos do ciclone. Tais informações são importantes para que os governos globais criem planos de ação contra o fenômeno para reduzir o risco de fatalidades. Para os cientistas, a previsão de locais que podem vir a enfrentar a força do ciclone é alarmante.
“O que é particularmente preocupante é que os resultados do nosso estudo destacam que algumas regiões que não experimentam ciclones tropicais provavelmente sofrerão em um futuro próximo com as mudanças climáticas”, conta Dr. Ivan Haigh, professor associado da Universidade de Southampton, Inglaterra, e um dos autores do estudo.
Os estudiosos calcularam que, até 2050, haverá um aumento de risco de ciclones tropicais em países de baixa renda e que nunca presenciaram o fenômeno. Como é o caso de Camboja, Laos, Moçambique e muitas ilhas do Pacífico. Já em aspectos globais, a Ásia verá o maior aumento no número de pessoas expostas a ciclones tropicais, principalmente em China, Japão, Coreia do Sul e Vietnã.
Outro dado importante do estudo é a da frequência desses fenômenos. O time descobriu que a frequência de ciclones intensos, de categoria 3 ou superior, dobrará globalmente devido às mudanças climáticas. Enquanto os ciclones tropicais mais fracos e tempestades tropicais se tornarão menos comuns ao redor do mundo.
Ao analisarem a frequência de ciclones na smulação, os cientistas também notaram que que na Baía de Bengala, localizada no nordeste do Oceano Índico, haverá uma diminuição na frequência de ciclones intensos. Esse estudo tem por objetivo, ajudar governos e organizações a avaliar melhor o risco de ciclones tropicais. “O novo conjunto de dados de ciclones tropicais que produzimos ajudará muito no mapeamento da mudança do risco de inundação”, reafirma Ivan Haigh.
Fonte: Galileu