Ela não foi apenas uma das maiores, mas também a mais veloz da história: a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, na nação insular de Tonga, na Polinésia, registrou ondas de choque tão velozes que atingiram 1.158 quilômetros por hora (km/h).
A conclusão vem por meio de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido. “Esta foi uma explosão genuinamente gigantesca, e verdadeiramente única em termos do que já foi observado pela ciência até hoje”, disse o autor primário do estudo, Corwin Wright, pesquisador da Royal Society University Research, ligada à universidade.
A erupção de Tonga ocorreu em dezembro de 2021, chegando ao seu ponto mais alto em janeiro deste ano. O vulcão em questão fica a cerca de 65 km ao norte de Tongatapu, a principal ilha do país. De acordo com Índice de Explosividade Vulcânica (VEI), a erupção chegou a cinco pontos, descrita como “cataclísmica” nas classificações oficiais.
Oficialmente, a erupção foi a maior do século XXI, e a maior dos últimos 30 anos em média, ficando atrás apenas da explosão de Pinatubo, nas Filipinas. Em Tonga, houve várias mortes e pessoas desaparecidas, e tsunamis tão grandes que algumas ondas chegaram a 20 metros. No Peru, ao menos duas pessoas morreram afogadas pela subida das águas, como efeito da explosão.
De acordo com a NASA, a coluna de fumaça disparada para cima do vulcão chegou à mesosfera, atingindo incríveis 58 km de altura e podendo até mesmo ser enxergada do espaço. Aqui na Terra, praticamente todos os sistemas – incluindo até mesmo acelerômetros de alguns smartphones – captaram as perturbações da erupção.
Wright e seu time usaram dados de satélite e observações de solo para confirmar a velocidade das ondas de choque por toda a Terra. Segundo a equipe, a erupção de Tonga rivalizou neste aspecto com a explosão de Krakatoa, na Indonésia, em 1803. O vulcão do século XIX produziu ondas velozes o suficiente para dar quatro voltas na Terra, enquanto o evento de Tonga ficou em três voltas.
“A erupção foi um experimento natural espetacular”, disse Wright. “Os dados que pudemos juntar sobre ela nos ajudarão a aprimorar o nosso entendimento da atmosfera, e nos permitirão melhorar nossos modelos de clima e tempo”.
Fonte: Olhar Digital